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Theresa May é a nova primeira ministra do Reino Unido. May foi contra a substituição de Tony Blair por Gordon Brown. Porque não houve eleições. Agora é primeira ministra, sem eleições. Porque mudou de opinião? Não, porque mudou de cargo. May chega ao cargo afirmando que “Brexit é Brexit”. May era eurocéptica. No entanto, fez campanha pela manutenção do Reino Unido na União Europeia. Agora, vai implementar o Brexit, na companhia de Boris Johnson. Johnson era o líder da ala conservadora que fez campanha pela saída. Agora, lidera a diplomacia do novo governo. Dá para perceber? Em teoria não. Na prática, sim. Percebe-se muito bem…
Quando Obama usou o slogan “Yes we can” lembrei-me da minha professora de inglês. Quando lhe que pedíamos licença para fazer alguma coisa usávamos a expressão “Can I?”. Ao que ela respondia “No, you can not. But, yes you may”. “May” é mais formal do que “Can”. Mas também tem menos força. O “Yes we Can", de Obama, sugeria capacidade de fazermos coisa juntos. Era sonho e utopia. Substituir “Can” por “May” não é só jogar com as palavras e com o sobrenome da nova primeira ministra. É substituir a utopia pela “realpolitik”. Mas, também, a convicção pela conveniência. E pela incerteza.