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Sexta vaga?

por Miguel Bastos, em 13.05.22
A Covid existe. Existe, independentemente de juízos de valor. Existe, e não se extingue por decreto, nem por vontade, nem por fadiga. Portugal pode estar à beira de uma sexta vaga da Covid-19. Ontem, a área Covid, do Hospital de São João, ficou cheia. O índice de transmissibilidade ronda 1,17. Voltou a ser ultrapassado o número de 20 mil casos, num só dia. (Os dados vão ser atualizados, hoje.) A linha SNS 24 recebeu perto de meio milhão de chamada, nos últimos dias. O governo vai antecipar o reforço da vacinação para maiores de 80 anos, a partir de segunda-feira, e admite o regresso dos testes gratuitos nas farmácias. Vários especialistas consideram que o fim das máscaras, nos locais de trabalho, está a provocar um excesso de contágios. O regresso dos grandes eventos dá uma ajuda. Enquanto os números sobem, os meios de combate à pandemia foram ou estão a ser desmobilizados. O problema não é, apenas, nacional. Esta semana, os especialistas da União Europeia deixaram de recomendar o uso de máscara, em aviões e aeroportos. Neste jogo do "tira e põe", uns sugerem mais medidas de proteção, outros o regresso "à vida normal" - como se este pudesse ser realizado por decreto.

Sim, eu também sou "contra" a Covid. Mas o vírus não quer saber nada disso.

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Ómicrón, Ómicrôm, Ômicrôm

por Miguel Bastos, em 24.01.22

siouxsie cortada.jpg

- Afinal, como é que vocês acham que se deve pronunciar a nova variante?
- Eu digo "Ómicrón(e)"
- Pois, mas há que diga "Ómicrôm", "Ômicrôm"...
- Pois há.
- Não conheces ninguém que fale grego clássico?   
- Bem, eu tenho uma amiga grega...
- Então, pergunta-lhe.
- Mas se o grego dela for como o inglês, será demasiado barroco.
- Não percebi.
O Rui ficou tão baralhado, que nem tive coragem para lhe dizer que a minha amiga grega é um bocado gótica.

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A confiança

por Miguel Bastos, em 07.12.21

tedros.jpg

A pandemia aumentou a confiança dos portugueses na ciência e nos profissionais de saúde, refere um estudo da Universidade do Porto, que indica que a população passou a confiar menos nos políticos e nos jornalistas. Espero não ser corporativista, mas fui ver os alinhamentos dos noticiários que referiam o estudo. Eis alguns exemplos:
 
- o governo português garante que está tudo a postos para vacinar os menores
 
- o segundo voo de repatriamento de portugueses, vindo de Moçambique, chegou a Lisboa
 
- a vacinação obrigatória está em discussão, em vários países
 
Claro que podemos (e devemos) discutir as medidas de combate à pandemia, a sua aplicação e fiscalização ou o tempo de decisão. Mas temo que a generalidade das pessoas tenha ficado com a ideia que "os políticos" andam a discutir as vacinas e os confinamentos, enquanto os médicos andam a trabalhar, o que, manifestamente não é verdade. Não são os médicos que compram vacinas, que abrem centros de vacinação, que fecham escolas. Já têm trabalho que chegue.
 
Evidentemente, há muitos casos em que os políticos falham. A nova variante, por exemplo, veio por a nu uma evidência: África continua arredada do processo de vacinação e, enquanto for assim, não será possível controlar a pandemia. E quem é que denúncia isto? Os médicos e cientistas, mas, também, as Nações Unidas, dos... políticos.
 
E, já agora, como é que isto tudo se sabe? Parece que os jornalistas disseram qualquer coisa sobre o assunto. Os mesmos jornalistas que perdem a confiança das pessoas, por causa de fenómenos como a "desinformação" e as chamadas "'fake news'", que são o oposto do jornalismo.
 
O mundo está confuso e as pessoas têm todo o direito de andarem atentas e desconfiadas. Mas, gritar por gritar, disparar em todas as direções ou deitar tudo para o mesmo caixote do lixo, só vai piorar as coisas.

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Sem tempo

por Miguel Bastos, em 16.06.21

O homem não tinha tempo a perder. Notava-se. Falava sobre prazos, contratos, projetos e pagamentos, ao telemóvel, segurando o aparelho entre o ombro levantado e a cabeça inclinada. Simultaneamente, usava as mãos livres para manusear, com rapidez, outro telemóvel. Dava respostas breves às pessoas que o encaminhavam, sem desligar o telemóvel, sem desviar os olhos do ecrã. Perco-o de vista, quando entro para o gabinete de vacinação. Saio do gabinete e vou para o local indicado para aguardar os 30 minutos aconselhados, para detetar possíveis reações alérgicas. Ao sentar-me, reparo que o homem dos telemóveis já está a abandonar o pavilhão. O homem não tinha (mesmo) tempo a perder. Ou, se calhar, tinha. Vejo-o regressar ao pavilhão. Vem com ar debilitado e é, imediatamente, acompanhado pelos profissionais de saúde, que têm sempre tempo. Até, para quem não tem tempo para si próprio.

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Tomar a vacina

por Miguel Bastos, em 15.06.21

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Estragaram-me a fotografia. De chinelos, de calções, de manga cava? Hoje em dia, é tudo à vontade. Antigamente, quando íamos tomar a vacina, vestíamo-nos como devia ser. Queria colocar aqui uma foto dos meus companheiros vacinados, mas não consigo. Enfim, divergência estéticas. E, agora, com a Vossa licença, vou trabalhar. Preciso, apenas, de tirar os "collants". É que, realmente, não se aguenta este calor.

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Caridade

por Miguel Bastos, em 15.04.21

A Dinamarca prepara-se para oferecer as vacinas da AstraZeneca aos países pobres. Querem fazer um dois em um: evitar tromboses e mostrar que têm bom coração. Lembrei-me duma canção de José Barata-Moura tão atual, que lembra a solidariedade mais antiga do mundo: a caridadezinha.

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Uma vacina

por Miguel Bastos, em 14.04.21

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- Temos de almoçar depressa.
- Porquê?
- Porque o mano tem de ir tomar uma vacina.
- O quê, já?!
- Como assim?
- Pensei que o mano fosse dos últimos!
- É uma vacina que estava em atraso. Espera lá, não é a vacina que está a pensar!
- Ai, não?!
- Não. Sabes, há mais doenças e há mais vacinas. Não é só a da Covid.
- A sério? Não sabia.

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Copo meio cheio

por Miguel Bastos, em 09.04.21

copo meio cheio.jpg

Caso já nos tenhamos esquecido, há, por aí, um bicho que mata. E há, também, uma coisa que evita que o faça: chama-se vacina. O processo de investigação e criação da vacina foi de uma rapidez nunca vista. Mas, o processo de vacinação tem sido atribulado: o fabrico e a distribuição têm sofrido vários atrasos e surgiram dúvidas em relação aos efeitos secundários de uma das marcas existentes. As dúvidas são legítimas e têm sido analisadas. Continua, no entanto, a haver uma certeza: o bicho mata.

Ontem, na RTP, o epidemiologista Henrique Barros punha as coisas da seguinte forma: se toda a população portuguesa fosse vacinada com a vacina da AstraZeneca haveria o risco de morrerem 10 a 12 pessoas, em Portugal. Uma desgraça, certamente. Mas, o que dizer das quase 17 mil mortes que já tivemos, desde o início da pandemia? Poderemos, sempre, argumentar que no início não tínhamos vacina. Mas, agora, temos. E, enquanto recusamos uma vacina e interrompemos, repetidamente, o processo de vacinação, o bicho vai matando. Só ontem, morreram 9 pessoas em Portugal: da doença, não da vacina, entenda-se. E, se pensarmos bem, é um alívio  - tendo em conta que já tivemos mais de 300 mortes por dia.

Esta não é, portanto, uma discussão entre o copo meio cheio ou meio vazio. É mais entre o copo meio cheio e a rede nacional de abastecimento de água.

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Mata-bicho

por Miguel Bastos, em 08.04.21

IMG_2768.JPG

Taça de plástico. Serve para levar a merenda para o trabalho. Antes, achava-a muito jeitosa. Mas, agora, gosto menos. Faz-me lembrar o bicho manhoso. Passou do mata-bicho ao bicho que mata.

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Rigor alemão

por Miguel Bastos, em 31.03.21

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O governo alemão suspendeu a vacina da AstraZeneca, a menores de 60 anos. Já o tinha feito, a maiores de 65 anos. A próxima decisão poderá permitir a vacina, aos protestantes do norte; ao mesmo tempo que irá desaconselhar a vacina, aos católicos do sul. Ou, então, chega-se à conclusão de que não existem contraindicações - exceto quando administrada às quartas-feiras, da parte da tarde; e aos sábados, da parte da manhã. Lembram-se do rigor alemão? Parece que foi, novamente, abalado. Talvez seja outro efeito secundário da vacina.

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