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A medida presta-se à caricatura. As casas que apanham mais sol vão pagar mais IMI?! Sim, mas a medida não é nova. Foi introduzida no governo anterior. Este governo apenas alterou o peso de cada fator, no apuramento do IMI. E esta alteração veio, agora, chamar a atenção para os critérios absurdos usados. Faz sentido? Não, nada disto faz sentido.
Quando se decide que uma casa deve pagar mais, porque tem melhor exposição solar, está-se a dizer aos cidadãos para comprarem uma casa com muita sombra e humidade. Ignoram-se os custos energéticos e as condições de salubridade. Quando se penaliza alguém que mora ao pé de uma escola ou de um hospital, está-se a dizer para comprar uma casa nos subúrbios. Esquecendo o Estado que, depois, vai ter que construir a estrada de acesso e pagar os transportes, ou, até, o novo hospital. E entretanto, os centros das cidades vão-se esvaziando. Nada que um programa Pólis não resolva mais tarde. Gastando, uma vez mais, os recursos do Estado. Claro que, enquanto uns olharam para o copo meio vazio, outros olharam para o copo meio cheio. Algumas manchetes destacaram que as casas com vista para os cemitérios, ou para estações de tratamento, que vão pagar menos. É a compensação para os que pagam mais por terem vista para o mar, por exemplo.
Um lugar ao sol, não pode ser uma coisa má. Mas, parece que muita gente andou a apanhar demasiado sol na moleirinha.