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- Então, porque é que os nossos produtos não a estão a vender? - perguntou o diretor.
- Estão vender, chefe. Menos, mas estão.
- Eu sei que estão, mas estamos muito longe da liderança. Alguém quer-me dizer porquê?
E, então, chegavam as justificações:
"por causa das importações diretas", "das promoções agressivas", "das regras da grande distribuição", do "dumping".
- Estamos a falar de coisas fora da lei? Se estamos, têm de ser denunciadas - continuava o diretor.
- Anda, para aí, muita trafulhice, chefe. Por isso é que os tipos estão a vender mais do que nós.
- Mas, nós já estivemos muitas vezes na liderança.
- Pois, chefe, mas agora...
- "Mas agora"... Acham, mesmo, que só há trafulhice quando estamos a perder? Ninguém acredita nisso.
- Acha que não?
- Só se for no futebol. Mas não lhes serve de nada.
- Como é que é, Leonardo, vamos trabalhar?
- Vamos lá!
- Como é que fazemos com a condução?
- O costume.
- Ok, eu conduzo o carro.
- E eu conduzo o Tchaikovsky.
Foi-se embora
O mês de agosto
Logo agora
Que lhe tomara o gosto
Acordar na noite escura
Chegar à redação
Descobrir um colega doente
Editar a Antena 3
Enfim, a alegria no trabalho.
Um dia destes, farei um texto espetacular sobre a dignidade no trabalho. Será uma coisa como deve ser: bem pensada, bem escrita, com citações eruditas e notas de rodapé. Infelizmente, agora não tenho tempo. Tenho que pôr estas almofadas na cama, coitadas!
- Vais trabalhar?
- Vou.
- Dou-te boleia?
- Não vale a pena.
- Deixa-te de coisas. Cantamos pelo caminho.
- Obrigado, boss.
Queridos pés,
Peço desculpa por interromper, mas acabam de me dizer que está na hora de dar corda aos sapatos.
Obrigado
Miguel