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Vem, aí, o fim de semana.
Dá mais tempo, para pôr a roupa a molhar no estendal.
Ontem, fugi às poeiras do deserto africano.
Hoje, enfrentei uma massa de ar polar.
Uau, a minha vida parece um filme do James Bond.
Há poeira no ar. O IPMA diz que é do deserto do Norte de África.
A sério? No Carnaval? Para mim, não há coincidências!
A poeiraaahaaa... é por causa da Ivete Sangalo.
Oh, mau tempo! Dá vontade de ir para casa, deitar no sofá, com uma mantinha, e ver epidemiologistas na televisão. Como antigamente. Ah, bons tempos!
Esta manhã, fui atacado pelo pecado da luxúria. Enfim, apeteceu-me comprar uma coisa de luxo. Pronto. Pensei numa casa de praia. Mas, depois, começou a chover. Refiz os meus planos. Enchi o depósito. É mais caro, mas também dá status. Só tive pena de não dar para abrir o vidro e andar com o braço de fora. Mas (lá está!) não se pode ter tudo.
Vamos lá, celebrar o solstício? Sim? Boa, tragam um impermeável e um casaquinho, que a noite vai ser fresca. Ahhhhh... o verão!
Precisamos de coragem para enfrentar este verão: de coragem e de um casaquinho. Cuidem-se.
O homem não tinha tempo a perder. Notava-se. Falava sobre prazos, contratos, projetos e pagamentos, ao telemóvel, segurando o aparelho entre o ombro levantado e a cabeça inclinada. Simultaneamente, usava as mãos livres para manusear, com rapidez, outro telemóvel. Dava respostas breves às pessoas que o encaminhavam, sem desligar o telemóvel, sem desviar os olhos do ecrã. Perco-o de vista, quando entro para o gabinete de vacinação. Saio do gabinete e vou para o local indicado para aguardar os 30 minutos aconselhados, para detetar possíveis reações alérgicas. Ao sentar-me, reparo que o homem dos telemóveis já está a abandonar o pavilhão. O homem não tinha (mesmo) tempo a perder. Ou, se calhar, tinha. Vejo-o regressar ao pavilhão. Vem com ar debilitado e é, imediatamente, acompanhado pelos profissionais de saúde, que têm sempre tempo. Até, para quem não tem tempo para si próprio.
O Dinis parecia um "yuppie" do cinema: a mesma forma de vestir e de calçar; o mesmo tipo de penteado; o mesmo gosto por relógios, carros e mulheres; o mesmo o pragmatismo; os mesmos princípios, ou falta deles. Podem ver o Dinis nos filmes sobre Wall Street, de Oliver Stone e de Martin Scorsese. Quando falava com um cliente, o Dinis dizia "tu vales 10% da minha faturação, tu vales 10% do meu tempo". Se lhe pediam mais tempo, negociava: em dinheiro. Não dava tempo de antena - a ninguém. Nem um minuto, para além da faturação. Custa a admitir, mas, talvez, o Dinis tivesse alguma razão: 10%, pelo menos.
Eu sei, eu sei, sou daqueles que só se lembram de Santa Barbra quando troveja. Mas, o que é que se há de fazer? O melhor é ouvir, para afastar a depressão.