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O Rouxinol

por Miguel Bastos, em 31.10.24

mai rouxi.jpg 

No final do século XIX, os artistas europeus andavam fascinados com o oriente: poetas, pintores, compositores como Debussy ou Puccini ou escritores como Hans Christian Andersen que, em 1843, escreveu “O Rouxinol e o Imperador da China". Foi a partir desse conto, que Sérgio Azevedo criou (música e libreto) a ópera que está em palco, no Teatro Nacional São João, no Porto.
Estamos no século XXI e o oriente ainda nos deixa de boca aberta.

Para ouvir, aqui:
 
https://www.rtp.pt/noticias/cultura/opera-infantil-o-rouxinol-sobe-ao-palco-do-teatro-nacional-sao-joao_a1611690
 
 
 

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Kafkiano

por Miguel Bastos, em 24.10.24

kafka processo filme.jpg 

Como colocar o génio de Kafka, numa peça de minuto e meio?
Tarefa difícil. Mesmo assim, resolvi complicar a receita. Juntei uma vice-reitora, um professor de direito, um jornalista, cinco encenadores e uma obra-prima do cinema. Mexi bem e servi. Kafkiano, dizem.
Para ouvir aqui:

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Recontar uma história

por Miguel Bastos, em 14.10.24

a volta do largo.jpg

Antigamente, vivia-se o tempo a contar histórias. Geralmente, eram contadas pelos mais velhos - mais sábios e mais experientes - à volta da lareira, "À Volta do Largo". Muitas vezes, as histórias também eram velhas. Quando eram novos, os mais velhos tinham-nas ouvido de outros velhos. Também, eles, tinham sido novos e assim sucessivamente. Muitas vezes, ao ouvir, de novo, uma história alguém dizia: "Essa já é velha". Normalmente, quem o dizia, também já não ia para novo.
 
Se as histórias não eram novas é porque já tinham sido contadas. E, assim sendo, o contador de histórias devia ser chamado de "recontador". Porque estava a contar uma história, que já lhe tinha sido contada. Porque, muitas vezes, ele próprio voltava a contar uma história que já tinha contado previamente. E ainda bem. Porque é preciso que certas histórias se mantenham vivas. Porque, muitas vezes, o "recontador" conta a história melhor do que a história que tinha ouvido. Porque ele próprio, vai melhorando a sua história à mediada que a vai (re)contando.
 
Na sexta-feira passada, contei uma história sobre uma companhia libanesa que devia ter aberto o Festival de Marionetas do Porto, mas que não o pôde fazer. Porque há uma guerra no Líbano. Uma guerra que chega até aqui. O velho da aldeia (aqui é em sentido figurado, que ele é do mais jovem que há), Nuno Amaral, ouviu a história e resolveu recontá-la "À volta do Largo". E eu sentei-me, a ouvir. Obrigado, meu velho!

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Dia Mundial do Teatro

por Miguel Bastos, em 27.03.24

moliere.jpg 

Ó Molière, não me leves a mal, mas tens de ter mais cuidado.
Às vezes, acho que fazes tudo às três pancadas

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Dignidade no trabalho

por Miguel Bastos, em 11.07.23

almofadas.jpg 

Um dia destes, farei um texto espetacular sobre a dignidade no trabalho. Será uma coisa como deve ser: bem pensada, bem escrita, com citações eruditas e notas de rodapé. Infelizmente, agora não tenho tempo. Tenho que pôr estas almofadas na cama, coitadas!

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Os novos 50

por Miguel Bastos, em 06.07.23

cafe das ideias.jpg 

Era meia-noite e meia, em Avignon, quando a encenadora francesa Julie Deliquet atravessou o palco do Cour d’ Honneur, do Palácio dos Papas, de braço dado com o realizador norte-americano Frederick Wiseman, de 93 anos.

Ao final da manhã, a dupla já estava sentada, no Pátio dos Claustros de São Luís para um Café das Ideias, um espaço de debate e convívio do Festival.

Para aqui chegar precisei de 3 cafés. Estou um trapo. O senhor de 93 anos (pelo contrário) parece impecável. Confirma-se: os 90 são os novos 50. E vice-versa.

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Teatro

por Miguel Bastos, em 21.04.23

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Ouço-me, nos arredores da cidade, com vista para um campo plantado com galinhas, sanitas e pneus. O encenador Ricardo Pais regressa ao Teatro Nacional de São João, casa que dirigiu durante 10 anos. O assunto é notícia. O trabalho de reportagem teve dois atos, com um longo interlúdio com o Presidente da República, no dia em que vetou a lei da eutanásia. Só retomei o trabalho sobre a peça de teatro, já cansado, ao final do dia. Daí a vontade de verificar, no dia seguinte. Será que ficou bem? Aparentemente, sim. No regresso a casa, puxo a emissão da Antena 2 atrás e ouço a voz de Ricardo Pais a abrir e, depois, a trespassar a manhã. Descanso, finalmente.

[Fotografia: Teatro Nacional de São João]

Para ouvir aqui (Reportagem aos 7'40''):

https://www.rtp.pt/noticias/noticiario-antena1/10h00-edicao-de-miguel-soares_a1_1480832?fbclid=IwAR1vnfpYx6tIMQYDve7hBSmyCDQoH4FLaBbFP-5eliQUQv13g89O1JHcZzM

 

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Raves

por Miguel Bastos, em 20.03.23

branko.jpg

- Afinal, o que é isso das "raves"? - perguntou-me o Joaquim.

- São festas com música de dança, noite fora.

- Música de dança, como? Danças de salão? Disco? Samba?

- Basicamente, música eletrónica: house, techno.

- Então, é uma noite de discoteca normal.

- Acaba por ser. Mas, muitas vezes, as "raves" são feitas em sítios diferentes. 

- Tipo…

- Zonas industriais, monumentos, praias...

- Ah. E depois, ficam na praia?

- Não, depois as pessoas estão estoiradas e vão para casa dormir.

- Que pena. Quando eu vivia em Angola, também fazíamos festas para dançar a noite toda.

- A sério?

- É. Eu e os meus amigos pretos das cubatas. Depois, íamos comprar pão e ficávamos na praia, a dormir.

O Joaquim viveu em Angola, até 1975. África está-lhe entranhada na pele. De tal forma que, apesar de ser branco, muita gente chama-lhe "preto": o "Quim Preto". Lembrei-me dele, porque fui a uma festa, num teatro, que parecia uma "rave". Parecia, mas não foi. Porque acabou, ao fim de hora e meia. Enfim, coisas de Branko.

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As bruxas

por Miguel Bastos, em 16.03.23

bruxas.jpg 

A Segunda Guerra terminava e começava uma nova. A Guerra Fria fez crescer o medo do comunismo e trouxe um clima de paranóia, vigilância e perseguição para o interior dos Estados Unidos. Os mais afetados foram, sobretudo, os intelectuais e os artistas. Este período ficou conhecido como "macarthismo". O processo como a "caça às bruxas". Foi neste contexto, que o dramaturgo Arthur Miller voltou ao caso das Bruxas de Salém. A história, verídica, remete para o século XVII, quando várias pessoas de uma pequena povoação foram perseguidas e julgadas por bruxaria. Arthur Miller descreve bem o ambiente de intimidação e horror, em que uns acusam outros, em que uns são jogados contra os outros, num processo irracional e autodestrutivo.
 
Numa altura em que a qualidade da democracia é ameaçada pelo crescimento do populismo, pelo poder desregulado das redes sociais, pela nova cultura do cancelamento, por novas caçadas a bruxas, o encenador Nuno Cardoso leva a peça As Bruxas de Salém, ao palco do Teatro Nacional São João, no Porto. Arrepiante. Inquietante.
 
[Fotografia: TNSJ]

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Próxima estação...

por Miguel Bastos, em 14.09.21

Aviso: a próxima imagem pode chocar as pessoas mais sensíveis. É dedicada a toda a gente que anda doida com a reabertura de uma estação de metro, na capital do país.

maluquinha.jpg

 

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