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É claro que não está em causa a liberdade de cada cidadão. Apenas não se pode fumar nem dentro, nem à porta, nem ao ar livre. De resto, pode-se fumar onde se quiser. Mas, tudo isto é transitório, porque vamos criar uma geração sem tabaco, até 2040. As experiências estão a correr bem. Estamos só a acabar os laboratórios.
Mais álcool. Mais tabaco. Mais peso.
São consequências da pandemia, que afetaram, sobretudo, os jovens - refere um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Eu - que não fumo e quase não bebo - devo celebrar a minha perda de peso, ou lamentar a minha perda de juventude?
Não está em causa se faz mal ou não. Faz. Se faz muito ou pouco. Faz muito. Fumar faz mal. E incomoda, sobretudo quem não fuma. E os fumadores não são gente muito defensável: põem beatas para o chão, atiram piriscas pela janela, etc. Mas também se deitam pastilhas elásticas, e papéis, e latas de refrigerantes, e nada disto está proibido. Nem deve estar.
Depois de proibir fumar dentro dos locais, o governo quer proibir que se fume à porta dos locais. Nada disto surpreende. Há, claramente, uma intensão de punir os fumadores. E isso é intolerável, mas não é surpreende. Quando dizia a colegas meus que o caminho era este, as pessoas achavam que estava a exagerar. Não estava. Porque isto já se tinha passado noutros países. Era uma questão de tempo. Passou-se da possibilidade de poder fumar dentro da maternidade (um disparate, evidentemente), para o “só se pode fumar a não sei quantos metros da maternidade”. E isto, por enquanto. Porque o objetivo é ir mais longe. Sempre.
Agora que já bateram que chegue nos fumadores, podem avançar para os gordos, os feios, os caixas de óculos, os diabéticos. E depois voltem. Há sempre mais qualquer coisinha que ficou por proibir… e denegrir. Não gosto desta cultura. Mete medo.