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As bibliotecas são locais de memória, de partilha e generosidade. Dão-nos acesso a um património de séculos, a lugares distantes e inacessíveis e são, elas próprias, lugares. Gosto de visitar bibliotecas, de percorrer os corredores, de afagar lombadas, de me sentar a folhear livros e a pensar que o tempo nunca será suficiente para os ler. As bibliotecas não só nos deixam ler os seus livros, como nos deixam levá-los, de empréstimo, para casa. Algumas, chegam, até, a dar livros. Como este: uma biografia de Stravinsky, editada pela francesa Hachette, em 1968. Tem belíssimas fotografias (das "escandalosas" coreografias da "Sagração da Primavera"; do próprio Stravinsky, ao longo dos anos; ou de Stravinsky, acompanhado por outros génios da música como Debussy ou Benny Goodman). Tem ilustrações maravilhosas (Picasso, Cocteau, Modigliani). Tem cheiro a coisa preciosa. Tem um carimbo a dizer "Oferta". Só para não me esquecer de dizer "obrigado". Não esqueço (como poderia esquecer?) Obrigado. Muito obrigado.
Vinha a sorrir, a caminho de casa. Degustava, mentalmente, a promoção "leve 3, pague dois" quando me apercebi que já tinha 1 dos 3 discos acabados de comprar. Voltei para trás, para devolver a gravação da "Sagração da Primavera", de Stravinski, dirigida por Leonard Bernstein para a Deutsche Grammophon. Tinha pouco mais de meia hora para escolher outro disco. Faço uma selecção de 5/6 discos até chegar à final, com duas hipóteses. O meu coração balançou entre um disco de Amália e outro de Madonna. Ganhou Amália, já em tempo de compensação. Voltei para casa a sorrir, desta vez do meu ecletismo.