Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
"És um vagabundo"; "És uma porca"; "Feliz Natal, cara de cu". Sim, é uma canção de Natal - cheia de raiva. Mas, também, de poesia: "Tu roubaste-me os meus sonhos, quando eu te conheci"; "Eu guardei-os comigo, querida / Eu construí os meus sonhos, à tua volta". E eu (lamechas) fico sempre de lágrimas nos olhos, nesta parte. Feliz Natal.
Esta foi, talvez, a canção que mais vezes ouvi dos Pogues. Não é um hino, como "Dirty Old Town". Não provoca a exaltação de "Fiesta". Nem nos visita, todos os natais, como "Fairytale of New York" - o "Last Christmas" dos "alternativos". "Summer In Siam" combinava com o meu verão de 1990. Alimentou o meu imaginário, com um cenário de bar de hotel decadente, num oriente longínquo. Na rádio, com o seu piano elegante, a percussão subtil e o saxofone envolvente (credo, tantos clichés!), era a canção ideal para eu passar do Godinho à Aretha Franklin, do Caetano ao Marvin Gaye, do Nick Cave ao Sakamoto. Que canção! Ontem - depois de ter sido conhecida a notícia da morte de Shane MacGowan - celebrou-se a música celta, o espírito punk , a rebeldia e, também, a embriaguez (que sempre me deixou triste). Sim, percebo a homenagem. Mas, a mim, apeteceu-me recato. Apeteceu-me casa. Apeteceu-me "Summer in Siam".