Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ficar em casa. Cada um na sua.
Máscara e óculos. Vejo tudo enevoado. Às vezes, fico muito irritado. Outras vezes, até gosto. Parece que estou em Londres. Em tempo de pandemia, usar óculos e máscara é o cosmopolitismo possível.
Por causa da pandemia, os media têm ouvido (e bem) epidemiologistas, virologistas e especialistas em saúde pública. Acho que está na altura de ouvir, também, os hepatologistas. Por causa dos maus fígados.
Com altos e baixos, a pandemia tem sido uma montanha russa. Hoje, foi Everest.
Para evitar hipertensão e obesidade, decidi cortar no Salieri. Compensarei com Mozart. Bom ano.
Portugal acaba de ultrapassar a barreira dos três mil casos diários de COVID-19 (3270). Isto, no mesmo dia em que a Comissão Europeia anuncia que vai enviar ventiladores para a República Checa - país que, até há pouco tempo, nos era "vendido" como um exemplo a seguir. O que é que podemos extrair destes dois factos? Que sabemos muito pouco sobre este vírus e a doença. E que devemos estar disponíveis para ouvir e aprender, o que é muito diferente (talvez o oposto) de achar que já sabemos tudo.
Procurei a definição de "fazer figura de urso". A Infopédia explica que é "comportar-se de forma ridícula, ser alvo de troça". Procurei, também, "fazer figura de Ursula", mas não encontrei definição. Acho que é o contrário da primeira. Não sei se vai chegar aos dicionários, mas, depois do discurso de hoje, espero que chegue aos livros de história.
[Foto: Reuters/Y. Herman]
O jornal Sol está a avançar que o novo curso de medicina da Católica vai ser ministrado em inglês. Parece-me bem, até porque os ingleses precisam muito que os profissionais de saúde portugueses falem inglês. Lembram-se do agradecimento de Boris Johnson ao enfermeiro "Luís, from Portugal"? Essas coisas nunca se esquecem. Mas, já agora, convém recordar que os ingleses não são lá muito católicos.
Seis meses depois do primeiro caso de Covid-19, em Portugal, sabem de que é que eu tenho saudades? De lavar as mãos. A sério. Lavar as mãos, simplesmente: água, sabonete, esfrega de um lado, esfrega do outro, passa por água e já está. Agora, com esta coisa da higienização, é uma chatice: um conjunto de manobras de grande complexidade e precisão, que nos deixam exaustos. A alternativa é bem pior: ter que encharcar as mãos com álcool, a toda a hora, como se não houvesse amanhã. A sério. Quando isto passar, a primeira coisa que eu vou fazer é lavar as mãos.