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https://www.rtp.pt/noticias/cultura/o-coliseu-e-nosso-protesto-do-porto-faz-30-anos_n1694832
"Ui, já devo estar muito velha", disse-me, a sorrir, "para me homenagearem". Maria do Rosário Pedreira apresenta-se como "editora", mas reconhece terá sido escolhida pelo facto de ser escritora. É a homenageada, deste ano, do Festival Literário Escritaria. Maria do Rosário Pedreira escreveu mais de 40 livros para crianças e jovens, um romance e 5 livros de poesia. Para além disso, tem uma presença assídua em jornais e revistas, no seu blog "Horas Extraordinárias", e nas palavras que são cantadas por milhares de portugueses. São dela as "Pontas soltas", amarradas na voz de Carlos do Carmo. Foi por causa dela, que António Zambujo foi apanhado de "calças na mão". Esta semana, vai-se juntar aos "gigantes Saramago e Lobo Antunes".
Para ouvir, aqui:
https://www.rtp.pt/noticias/cultura/escritaria-festival-literario-celebra-18-anos_n1692396
[Foto: Vitorino Coragem]
https://www.rtp.pt/noticias/pais/gnr-celebram-45-anos-nos-coliseus_n1691945
E, de repente, tudo se apagou: a luz, a televisão, a internet, as redes sociais, a música. O apagão apagou tudo. Tudo, menos a rádio. O jornalista João Couraceiro partiu daqui, para uma viagem aos 90 anos da rádio. A cronologia da viagem não é linear. A história tem quatro capítulos, que andam do presente ao passado. Dentro de cada capítulo, no entanto, respeita-se a ordem cronológica. Os factos históricos sucedem-se, assim, para a frente e para trás. Por vezes, parece que estamos numa montanha russa: numa sucessão de altos e baixos, ora depressa ora devagar, com curvas, à esquerda e à direita. Outras vezes, parece que olhamos o mundo a partir de um caleidoscópio, com factos que se juntam e se separam, que se interceptam e se dispersam. A Primavera Árabe que traz esperança e a Troika que a espanta. A conquista do Europeu de Futebol, a eleição de Guterres para a ONU ou a vitória na Eurovisão, que devolvem o otimismo a Portugal. Mas, depois, o país arde como sempre e mata como nunca. E quando, finalmente, parece voltar a melhorar, chega a Covid. A montanha russa continua a subir e a descer: cai o Muro de Berlim, desencadeiam-se duas guerras no Golfo; decreta-se o Fim da História e inicia-se a guerra na Bósnia; ergue-se a Expo 98 e cai a ponte de Entre-os-Rios. E a rádio sempre presente: em Chernobyl ou na praça de Tienanmen; no 11 de Setembro ou no 25 de Abril. João Couraceiro conta a história da rádio, a partir das histórias que a rádio foi contando, ao longos destes 90 anos. Com a memória que a rádio tem, com a destreza que a rádio gosta. Bravo, João! Que bela viagem.
Para ouvir, aqui:
Reportagem, aqui:
https://www.rtp.pt/noticias/pais/incendio-de-arganil-populacao-ajudou-a-combater-as-chamas_v1678980
"Verba volant, scripta manent" pode ser traduzido por "as palavras ditas voam, as palavras escritas mantêm-se". Aprendi a expressão com uns amigos, no liceu. Eles, sim, aprenderam latim. Eu, não, limito-me a gastá-lo.
Achei graça vestir uma camisola, que diz que a palavra escrita é a que tem mais valor, e, depois, trazê-la para a casa da palavra dita.