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Vivemos num tempo de especialização - continua e progressiva. Ser (realmente) bom numa coisa, implica (geralmente) abdicar de tudo o resto. São poucos aqueles que são verdadeiramente bons, em várias coisas: simultânea ou alternadamente. Enciclopédico, Mega Ferreira foi jornalista, escritor, gestor, sonhador, fazedor: na RTP, no JL, na Ler, na Expo, no CCB. Há muito, que o tempo não está de feição para os homens da renascença. Mega Ferreira foi contra o tempo e renasceu várias vezes. Hoje, morreu.
Há muitos, muitos anos, li, na extinta Grande Reportagem, uma entrevista com um comediante. Na introdução, o texto descrevia o comediante como alguém que nos fazia rir de coisas tão sérias como o cancro ou a legislação europeia. Gostei muito. Infelizmente, perdi-lhe o rasto. Reencontrei-o, uns anos depois, quando os comentadores europeus começaram a falar de um movimento político, descrito como demagógico e populista, liderado por um comediante que apelidaram, depreciativamente, de "palhaço". Só, mais tarde, percebi que era o tal comediante que eu tinha gostado: Beppe Grillo. Não vou fazer uma avaliação sobre o seu pensamento e a sua ação política, em Itália, por falta de conhecimento. Mas, custa-me a acreditar que fosse, "apenas", um "palhaço".
Quando nos falha tudo... temos Gonçalo Ribeiro Telles. Nesta entrevista dá cabo de uma série de ideias feitas: a de que é preciso limpar os terrenos, por exemplo. Que pena que não o ouçam. Que pena que, apesar de ter estado no poder, nunca tenha tido poder efetivo...http://visao.sapo.pt/actualidade/portugal/2017-06-20-Goncalo-Ribeiro-Telles-Esta-entrevista-tem-14-anos-mas-podia-ter-sido-dada-hoje
Uma edição especial sobre os 100 anos de Fátima. Bela capa. Claro que o nome da revista ajuda. Visão. Ainda bem que não se chama Aparição. O nome é mais polémico.