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“Durão Barroso deixa de ter tratamento VIP”. “Durão Barroso perde o direito a Passadeira Vermelha”. Os títulos poderiam ser sexy, mas são só hilariantes. Tratar o antigo presidente da Comissão Europeia como uma estrela de Hollywood (ou como uma estrela de reality shows) é ridículo. Diz muito da situação em que Durão Barroso se colocou , mas também diz muito do quadro de análise dos media.
O que se passa é que, ao deixar a Comissão Europeia, Durão Barroso optou por ir trabalhar para o banco de investimento Goldman Sachs. E o actual presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, diz que, por isso, Durão Barroso vai ser tratado enquanto funcionário da empresa e não como ex-presidente. Parece razoável. E óbvio. Devia ter sido óbvio, para Durão Barroso, que a sua entrada para Goldman Sachs iria levantar muitas questões: sobre as instituições europeias; sobre as relações entre a política e o poder económico; sobre incompatibilidades e conflitos de interesses; e sobre o seu papel, no meio de tudo isto. A forma como é recebido é uma questão lateral.
E reduzir a situação a uma questão de “passadeira vermelha” é deixar a política nas mãos da imprensa cor de rosa.