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Este texto andava perdido... nos arquivos da minha computadeira. Hoje, no dia em que Tchaikovsky morreu, retirei o verbete para publicação. Não vale a pena fazer RIP (já foi há 125 anos). Mas vale a pena ouvir a música de Tchaikovsky. Acho eu....
"Só não tenho paciência para as 'pimbalhices' do Tchaikovsky", disse o meu amigo. Ele vive numa dessas casas com "Sopa e gravatas e tudo", como dizia Solnado. E "tudo", neste caso, implica ter lugar cativo no São Carlos e na Gulbenkian. Ora eu que, dos luxos descritos só tenho a sopa, não percebi. De resto, demorei anos a perceber. Foi Jeremy Siepmann quem me explicou, depois de lhe comprar um livro sobre Tchaikovsky. Siepmann (músico, professor, divulgador) confessa que chegou tarde a Tchaikovsky, por snobismo. Para muita gente (como ele próprio) educada na escola musical germânica, Tchaikovsky é Hollywood. Ainda bem, digo eu. Devemos a Tchaikovsky alguma da melhor música escrita para cinema. E devemos a Hollywood a distribuição, à populaça, de alguma da melhor música da história.
Tchaikovsky invejava a forma como os italianos esbatiam as fronteiras entre a musica popular e erudita. Tentou fazer o mesmo e foi bem sucedido. Obras como o "Quebra-Nozes" e o "Lago dos Cisnes", ou as aberturas "1812" e "Romeu e Julieta" são incrivelmente populares. As suas sinfonias influenciaram Shostakovitch e Mahler. Mas também Bernstein e John Williams. Mas isso, (lá está!) é Hollywood e as sua "pimbalhices".