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E, aí, está ele: o aeroporto, de novo. O primeiro-ministro e o presidente do PSD estão de acordo. Viva, viva! Sabem o que é que vão fazer? Adivinharam. Uma comissão técnica (uau!), para avaliar as diferentes localizações possíveis para o futuro aeroporto (pumba!). Ora aí está uma ideia arrojada. Mais disruptiva só uma coisa tipo "Pim, pam, pum". Mais "fora da caixa" só uma cena tipo "Um, dó li, tá".
[Fotografia: John Sibley - Reuters]
Claro que há um dado novo: o primeiro-ministro trava a decisão sobre o novo aeroporto, anunciada pelo ministro da tutela.
Quanto ao resto - a discussão do aeroporto tem 50 anos, com apresentações, contestações, localizações e demissões - nem por isso.
Lembram-se do novo normal? Não vai acontecer. Temos o normal, de novo. [Fotografia: Tiago Petinga/LUSA]
Hoje, é Dia da Restauração da Independência de Portugal. Esta manhã, houve uma cerimónia com o presidente da República e o primeiro-ministro. Foi curta e sem discursos. Contávamos com a celebração de 1640. Comemorámos 1600 e quarentena.
[Foto: LUSA]
Vamos lá ver: isto da chefia do Estado-Maior da Armada não tem nada que saber. Havia um "desentendimento" entre o governo e o atual chefe do Estado-Maior. Para ultrapassar esse "desentendimento", chegou-se a um "acordo" entre o governo e o presidente da República. Como, entretanto, deram-se uns "equívocos", o presidente chamou o governo a Belém e ficou tudo "esclarecido". Concordemos: mais claro do que isto, é difícil.
[Foto: Tiago Petinga/Lusa]
Entusiasmado pelo calor da campanha, António Costa resolveu criticar o desempenho dos autarcas do PCP, dizendo: "Nós estamos aqui para trabalhar. Nós não estamos aqui para reivindicar que os outros trabalhem, por conta de nós". Eu, que tenho muito respeito pelos trabalhadores por conta de outrem, estranhei o tom. Fez-me lembrar o "deixem-me trabalhar", exigido por um antecessor de Costa. Ele há tiques...
[Foto: Tiago Petinga / Lusa]
Lá, do alto da sua torre de isolamento profilático no "countryside", o primeiro-ministro britânico dirigiu-se aos súbditos de sua majestade: primeiro, pediu-lhes juízo; depois, mandou abrir as discotecas.
O discurso era inflamado: contra os ricos e poderosos, contras as elites; a favor do povo, dos mais pobres, dos excluídos. O povo, entusiasmado, respondeu com palmas, slogans e canções e, depois, seguiu para as barracas com cerveja e bifanas. O candidato esgueirou-se do palco, rodeado de seguranças e assessores, contornou os jornalistas e entrou para o banco de trás do automóvel alemão, de gama superior. Tirei a pinta ao carro do candidato "contra os ricos": mais de 100 mil euros de carro.
Vem isto a propósito da escolha de Pedro Adão e Silva, para liderar as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. O presidente do PSD considera que o nomeado vai ganhar demasiado dinheiro, e que este serve para pagar favores políticos. O primeiro-ministro responde que as acusações de Rui Rio são insultuosas. Mas, vários políticos juntaram-se ao coro de críticas.
O salário do nomeado não será antipático: o equivalente ao de um professor universitário. Pedro Adão e Silva é professor universitário e vai suspender a sua atividade docente. Muitos dos indignados ganham valores superiores. Alguns poderão, mesmo, ganhar o dobro. Todos ganham dinheiro público. Podemos (e devemos) discutir se o dinheiro público é bem ou mal gasto. Agitar a bandeira dos pobres contra os ricos, já é mais questionável. Sobretudo, quando se pretende ser as duas coisas, ao mesmo tempo.