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Orgãos

por Miguel Bastos, em 24.03.23

O primeiro-ministro defende que
cada órgão deve atuar no momento próprio.
O presidente da República entende que
cada órgão escolhe o momento de atuar.
Eu, cliente de casamentos, considero que
às vezes, o homem do orgão é muito irritante.

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Lesboa e Puerto

por Miguel Bastos, em 09.03.23
- Olha, pai, um colega teu acabou de dizer "Lesboa".

- Já falámos sobre isso.

- As pessoas de Lisboa dizem "Lesboa", não é?

- É.

- E as pessoas do Porto dizem "Puarto" e os de Aveiro dizem "Abeiro"...

- São pronúncias.

- ... e os de Coimbra dizem... "Coimbra".

- Pois.

- São os únicos que sabem dizer, bem, o nome da sua cidade.

- Hum.

- Achas que é por ser "a cidade dos estudantes"?

- Por falar em estudantes, não são horas de ires para a escola?

- Tens razão, "bou andándo".

- Então vá, faltam menos de "treuze" minutos.

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Patrícia de bronze

por Miguel Bastos, em 04.03.23

Sem título.jpg

Saltou, mas não voou.
Patrícia Mamona não conseguiu o ouro, mas chegou ao bronze.
Não é a mesma coisa, claro.
Mas, a ela, qualquer medalhinha lhe fica bem.

https://www.rtp.pt/noticias/atletismo/patricia-mamona-conquista-medalha-de-bronze-do-triplo-salto_d1471077

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Da Turquia, com ouro

por Miguel Bastos, em 03.03.23

dogmo.jpg 

"Espera-se uma tarde de boas notícias, na Turquia", disse a rádio. Afinei o ouvido: "Ainda o sismo?", pensei, "Bem que precisam de boas notícias". "Portugal", continuou a rádio "pode conquistar várias medalhas, nos Europeus de Atletismo". Ah!
A tarde chegou ao fim, com boas notícias da Turquia, para Portugal. Duas medalhas de ouro: uma, para Pedro Pablo Pichardo; outra, para Auriol Dongmo. Bravo!
Que a Turquia possa ter um pouco de normalidade, por estes dias. Depois de alguns dos piores dias da sua história.

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Fausto com Ela

por Miguel Bastos, em 06.02.23

fausto.jpg

Uma canção é composta por música e letra. Uma das questões que se coloca, frequentemente, aos escritores de canções, é saber o que é que nasce primeiro. Outra, é saber se a letra pode ser considerada um poema. Se vive sem a melodia. Neste caso, a discussão tende a ser acalorada. Porque vivemos, ainda, com uma concepção de "acima e abaixo" - "cultura erudita" versus "cultura popular". Conheço muitos versos da "cultura popular" que são bem melhores do que alguns versos da "cultura erudita". Não há muito tempo, o tema foi discutido por causa do Nobel da Literatura, atribuído a Bob Dylan. Muitos "da literatura" não gostaram. Os da cultura popular chamaram-lhe "snobs". Não sei quem tem razão, mas não me apaixonei pela discussão. Estranhei, apenas, por uma questão "técnica". Para mim, não se trata de saber se os textos de Bob Dylan são suficentemente bons, para serem premiados com um "Nobel". Mas, antes, saber se as canções, os discos ou os concertos ao vivo podem ser premiados como "literatura". Estranharia um "Grammy" ou um "Brit Award" para Saramago, por exemplo. Um dos escritores de canções mais brilhantes que conheço (música e letra), chama-se Fausto. No "Fala com Ela", da Inês Meneses, diz que não se considera poeta e explica porquê. Não é por ser mais, ou menos. Não é por ser "acima ou abaixo". É por ser outra coisa.

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A Lisboa de Eugénio

por Miguel Bastos, em 23.01.23

Para celebrar os 100 anos de Eugénio de Andrade, a minha rádio andou a passar músicas com as palavras do poeta. Esta foi uma das que ouvi. E lembrei-me que esta foi, talvez, a primeira vez que entrei em contacto com a sua poesia. Os Trovante voltaram, várias vezes, à grande poesia portuguesa. Por vezes, com resultados épicos. Não é o caso desta canção. "Lisboa" é "Descalça e leve": como o poema de Eugénio, como a poesia de Eugénio.
 
LISBOA
 
Alguém diz com lentidão:
"Lisboa, sabes..."
Eu sei. É uma rapariga
Descalça e leve,
Um vento súbito e claro
Nos cabelos,
Algumas rugas finas
A espreitar-lhe os olhos,
A solidão aberta
Nos lábios e nos dedos,
Descendo degraus
E degraus
E degraus até ao rio.

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Mega Ferreira

por Miguel Bastos, em 26.12.22

mega.jpg

Vivemos num tempo de especialização - continua e progressiva. Ser (realmente) bom numa coisa, implica (geralmente) abdicar de tudo o resto. São poucos aqueles que são verdadeiramente bons, em várias coisas: simultânea ou alternadamente. Enciclopédico, Mega Ferreira foi jornalista, escritor, gestor, sonhador, fazedor: na RTP, no JL, na Ler, na Expo, no CCB. Há muito, que o tempo não está de feição para os homens da renascença. Mega Ferreira foi contra o tempo e renasceu várias vezes. Hoje, morreu.

https://www.publico.pt/2022/12/26/culturaipsilon/noticia/morreu-escritor-jornalista-antonio-mega-ferreira-2032731

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Albiceleste

por Miguel Bastos, em 19.12.22

20221219_100635.jpg

Para quem adorou o uso e abuso da designação "albiceleste".

adjectivo

2. [Desporto] Que ou quem pertence a uma equipa ou a um clube cujas cores habituais são o branco e o azul-celeste.

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/albiceleste [consultado em 19-12-2022].

Saudações aurinegras, deste membro do clã Aveiro.

(O trocadilho poderá exigir uma nova visita ao dicionário. As minhas desculpas.)

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Está tudo doido?

por Miguel Bastos, em 16.12.22

caminho.jpg 

À semelhança de milhares de portugueses, também eu fui levantando os olhos em direção aos ecrãs de televisão. Presumo, no entanto, que, enquanto muitos procuravam imagens de Mourinho, eu procurei Santana Lopes. Lembram-se? Eu vou recordar. Há uns anos, Santana Lopes foi à televisão, falar do futuro do país e do PSD, mas foi interrompido para um direto. Mourinho estaria a chegar a Portugal, a bordo de uma aeronave, vindo do planeta Chelsea. Fez-se o direto e voltou-se à entrevista. Quer-se dizer: tentou-se. Porque Santana aproveitou a deixa, para ensaiar uma postura de Estado. "Está tudo doido?", perguntou. E perguntou bem. Enquanto ex-primeiro-ministro, impunha-se essa pedagogia. Eu próprio tentei esquecer-me que, antes de ser primeiro-ministro, Santana foi presidente... do Sporting. E que evitou (sempre e com todas as suas forças!) a mediatização da política. E nunca permitiu que a imprensa cor-de-rosa invadisse o seu coração cor-de-laranja.

Entretanto, o mundo mudou muito. As televisões deixaram de interromper ex-primeiros ministros, porque optaram por transmitir interrupções, ininterruptamente. Olho para os ecrãs e vejo tudo aos quadradinhos (as televisões, agora, têm mais quadradinhos do que a banda desenhada): imagens de comentadores no estúdio, em casa e no carro; imagens dos jornalistas em estúdio e no exterior; imagens do selecionador em ação e a sair de cena; imagens de carros e autocarros e aviões. Muitas, ao mesmo tempo. Sabemos que, na modernidade, o salvador não vem numa manhã de nevoeiro; vem num jato privado. "É assim que o país anda para a frente?", perguntava Santana Lopes. Bem perguntado. Santana, que, entretanto, voltou à Figueira da Foz, devia fazer a pergunta, de novo. Eu acho, sinceramente, que o país anda para a frente. Tem andado: sempre ou quase sempre. O problema é que somos demasiado bons a andar às voltas. E isso, nem sempre ajuda.

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Antena 2

por Miguel Bastos, em 13.12.22

antena2.jpg

A Antena 2 é uma velha amiga. Não nos vemos muitas vezes. Mas, sempre que nos reencontramos, é como se nos tivéssemos visto no dia anterior. As saudades matam-se depressa e a conversa sai-nos com facilidade. E, depois, a Antena 2 é generosa. Prepara-me uma sandes, serve-me um chá, conta-me novidades. Obrigado, querida Antena. É sempre bom voltar a ver-te, voltar a ter-te. Esta semana, posso ficar no sofá da sala?

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