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80 anos. Dia de celebrar a vida de Chico Buarque. A sua e todas as que tem cantado.
Churros. No fundo, o que são churros? São farturas, armadas ao fino. Pior, são farturas que não querem trabalhar. Churros!
Bom dia, para todos. Todos, todos. Mesmo para aqueles que dizem "Nánadia".
No fundo, o que são indivíduos?
São pessoas, como nós.
Só que usam o casaco pelas costas.
Olá, Jorge! Não me importo nada de emprestar, mas não gosto que me escrevam nos discos. Não voltes a fazer isto, por favor. Obrigado.
"Guerra" é a Palavra do Ano, de 2022. Numa altura de abundância de palavras (ditas, escritas, gritadas, escarrapachadas), em que se usa e abusa das palavras, escolher uma palavra - uma só - por ano, soa a tarefa hercúlea. Quando a iniciativa da Porto Editora começou, perguntei-me se fazia sentido elaborar um "top" de palavras, submetê-las a votação e eleger uma só palavra. Porque a escolha pode refletir, apenas, a espuma dos dias. Mas, também é verdade que pode servir de barómetro, que ajuda a perceber os assuntos que mais preocupam os portugueses. No ano de 2022, marcado pela invasão da Ucrânia pela Rússia, a palavra escolhida foi "guerra". As palavras relacionadas com a Covid-19, que tinham dominado os dois últimos anos (no ano passado foi "vacina"), desapareceram. Se passarmos por 2017, ano dos grandes incêndios, a palavra do ano foi, precisamente, "incêndios". Em 2011, o ano da chegada da troika, a palavra escolhida foi "austeridade". Uma palavra - uma só - pode dizer muitas coisas. Pode dizer muito.
As memórias têm cheiro. Os discos também. Este, cheira a cera. Daquela tradicional portuguesa, que se punha no chão de tábua corrida. O disco é brasileiro, bem sei: Caetano e Chico - os dois maiores da MPB - "Juntos e ao Vivo". Ouvimos muitas vezes, lá em casa. "Quando eu chego em casa nada me consola". Enquanto passávamos o esfregão de aço, para retirar a cera velha. "Você está sempre aflita". Enquanto varríamos o pó. "Lágrimas nos olhos, de cortar cebola". Enquanto passávamos a esfregona. "Todo o dia ela faz tudo sempre igual". Enquanto espalhávamos cera nova. "Todo dia eu só penso em poder parar". Enquanto puxávamos o brilho. "Eu quero é dar o fora". Quem não? Quem nunca? Caetano e Chico. Ah, aqueles dois! Aqueles dois sabiam da vida. Aqueles dois sabiam de nós. Encerar tornava-se poético, com Caetano e Chico a cantar o quotidiano. Devíamos-lhe isso. Pagámos-lhes, com cheiro a cera fresca, portuguesa, acabada de pôr.
Coçar a Nicósia
Expressão cipriota que descreve alguém ocioso, preguiçoso, pouco propenso ao trabalho.
Exemplo: "Não fazes nenhum. Passas o dia a coçar a Nicósia."
A referida expressão é, normalmente, proferida por indivíduos que acham que não têm tempo. Nem para se coçarem.
[Definição consultada no "Meu Dicionário Imaginário" (em linha) Aveiro: Bastos Editora]