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Estamos a aderir à substituição da designação "República Checa", por "Chéquia".
Convenhamos, Chéquia não parece o nome de um país.
Parece o imperativo do verbo "to check", em português do Brasil.
Mesmo assim, podia ser pior. Por exemplo, "Verifique-a".
"Eu vou botar um pouquinho de sotaque, um pouquinho só", disse Vinicius de Moraes, antes de oferecer, a Amália, o fado "Saudade do Brasil em Portugal". Foi registado, em 1970, num disco conjunto. Passaram mais de 50 anos, e Caetano (um eterno apaixonado por Amália e pelo fado) repete a gracinha. Bota um sotaque para cantar "Você-Você", com a maravilhosa Carminho - que já cantou o tema de Vinicius e está habituada a cantar com os deuses. A canção está aqui, com um vídeo a registar o momento, mas o disco "Meu coco" merece ser ouvido, de fio a pavio. Começa por nos cantar que "O português é um negro dentre as eurolínguas", para (espero não estar a dar com a língua nos dentes) nos levar aos mais variados "brasis", até desembarcar em "Você-você". Não é, no entanto, o fim da viagem. Depois de um "quase fado", com o bandolim a fazer de guitarra portuguesa, chega a certeza de que "Sem samba não dá". A chegar aos 80 anos, o mais jovem de todos nós, dá-nos um "best off" de inéditos: intemporal e contemporâneo, ousado e familiar. Caetano dá-nos uma obra prima. A obra prima do mano. O mano Caetano.
E aqui estou eu, a fazer Palavras Cruzadas com a Dalila Carvalho na Antena 2.
(Para ouvir, clicar na imagem ou aqui)
Era uma vez um escritor que, aos 99 anos, começou a celebrar o seu centenário. Não chegou, no entanto, a fazer 100 anos. Pela simples razão que não chegara a fazer 99. Porque, muitos anos antes, tinha decidido ser eterno. Ou, se calhar, não decidiu. Terá sido uma parábola a decidir por ele. Uma parábola de Saramago.
Não gosto de falar do que não sei. Por isso, fui consultar a palavra "rendeiro". Hum. A entrada anterior, "rendedouro", também explica alguma coisa. A seguir, vou ver "contumácia". [Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 2004, p. 1330]