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Eutanásia

por Miguel Bastos, em 31.01.23

O Tribunal Constitucional (TC) considerou a eutanásia inconstitucional. O texto, defendeu o TC, tem uma "intolerável indefinição". Que "indefinição" é essa, que é tão "intolerável"? Bem, diz o TC, é o "e" .
Concretizando: o texto refere "o sofrimento físico, psicológico e espiritual" - o que levanta, diz o TC, "interpretações antagónicas". E questiona: "A exigência é cumulativa ou alternativa"? É que, diz o TC, no primeiro caso, temos "sofrimento físico, mais psicológico, mais sofrimento espiritual". No segundo, continua a dizer o TC, temos "tanto o sofrimento físico, como o psicológico, como o espiritual". Soa a Kafka? Talvez. Mas soa, sobretudo, a trabalhador da restauração: "Quer um copo de água ou um copo com água"? O meu pai, que trabalhava na restauração, nunca disse essa piadinha. Mas dizia, frequentemente, a expressão: "Nem o pai morre, nem a gente almoça".

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Camarada Paulo

por Miguel Bastos, em 06.11.22

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Estávamos todos preparados para a febre de sábado à noite, quando a notícia chegou: Paulo Raimundo vai ser o novo secretário-geral do PCP. Um segredo de polichinelo. Já todos sabíamos que ia ser o Paulo. Todos - exceto meia dúzia de jornalistas, comentadores, políticos (em geral) e militantes do PCP (em particular) que tiveram de ir ao Google.

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Fechar estradas

por Miguel Bastos, em 18.07.22

eucaliptos.jpg

"Ardeu tudo, lá em cima", lamentava o jovem autarca, "Foi muito mau. Nem sei como é que não foi pior". A ideia era simples: visitar as terras que tinham ardido, no verão anterior. Tentar perceber o que estava recuperado, o que estava por recuperar, e se havia alterações na gestão da floresta. "As pessoas", dizia-me, "estão sempre a perguntar porque é que não se fecha esta ou aquela estrada. Isso não faz sentido." "Porquê?", pergunto. "Porque as estradas não são para fechar. São para circular". "Interessante", digo, "podemos gravar"? "Não, porque isto é muito polémico. No ano passado, ficámos isolados a combater o fogo, porque fecharam as estradas e os bombeiros não conseguiam passar. Portanto, a questão que deve ser feita é 'porque é que se fecham as estradas?'" "E qual é a sua resposta?", insisto. "Porque tem de ser, claro. Mas tem de ser, porque se deixa plantar eucaliptos até à beira das estradas. De resto, deixa-se plantar eucaliptos em todo o lado. E, depois, deparamo-nos com frentes de fogo de 50 km, ou mais." "Mas acha que as coisas vão melhorar?" O autarca escolheu os ombros: "Eu acho que sim. Mas, se calhar, ainda vão piorar - antes de começarem a melhorar." Premonitório. Esta conversa foi anterior a 2017. E continua-se a ter de fechar as estradas.

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Alimentar polémicas

por Miguel Bastos, em 06.07.22

piao.jpg

Chego à redação.
- O tipo não grava declarações.
- Como assim? Acabou de nos mandar um comunicado!
- Pois, mas não grava. Diz que nós trocamos tudo o que ele diz e que não gosta de alimentar polémicas.
- E o que é que há de tão polémico no crescimento das exportações do têxtil-lar?
- Eu sei lá!
Intervenho.
- Acabo de chegar de uma reportagem, com uma pessoa com os mesmos receios.
- Em que área é que trabalha?
- Numa área muito polémica.
- Qual?
- Brinquedos tradicionais.
- O que é que isso tem de polémico?
- Pelo que percebi, tudo: desde a escolha das madeiras, às colas, tintas e vernizes.
- Ui, temas fraturantes!
- Exato. Nem sei como é que as juventudes partidárias não pegaram nisto.

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Obviamente, demita-se

por Miguel Bastos, em 08.02.22

andre silva.jpg

Depois do artigo no Público, André Silva, na SIC, insistiu nas críticas a Inês Sousa Real:
 - "deve demitir-se"
 - "comportou-se como afilhada do PS"
 - "teve uma postura errática"
 - “total falta de noção”
E à atual situação do partido:
 - "rumo desastroso"
 - "situação deplorável"
 - "puseram o partido na lama"
Garante, no entanto, que não quer voltar à liderança, mas quer um congresso e tem um argumento de peso: “até o Chega o fez”.
Convenhamos, para um antigo líder de partido que é todo "pessoas" e "animais" e "natureza", André Silva tem um "killer instinct" surpreendente. Podia (devia?) voltar a liderar um partido. E nem estou a pensar no PAN, estou a pensar noutro partidos onde a qualidade é mais apreciada e há vagas para grande chefe.

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Insondagens

por Miguel Bastos, em 31.01.22

costa.jpg

Portanto, se bem percebi: são insondáveis os caminhos deste senhor.

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Ex-jornalista

por Miguel Bastos, em 05.01.22

post cortada.jpg

Mais cedo ou mais tarde, serei um ex-jornalista ou um antigo jornalista. A ideia incomoda-me, porque acabo de passar pela página "online" de um ex-jornalista que "virou" assessor. Atualmente, o "ex-as-duas-coisas" julga-se portador de um grande conhecimento e autoridade e dedica-se à critica da ambas as artes, com uma ou outra incursão na gastronomia. Critica a falta de cultura dos jornalistas, o populismo dos media populares ou a falta de qualidade dos media de referência. Ao mesmo tempo, gosta de lembrar que foi jornalista. Está, portanto, a falar de colegas. E colegas, no jornalismo, tem uma conotação específica. Depois, escreve, com altivez, sobre política local ou nacional; sobre políticos portugueses que assumiram cargos internacionais; sobre instituições pública da saúde ou da justiça; sobre as grandes empresas com origem ou forte participação do Estado. Vai tudo varrido a incompetência, ignorância, impreparação e desonestidade. Ele sabe do que fala, porque trabalhou na política. Com políticos que lhe financiaram as convicções liberais, com dinheiros públicos.
Da minha parte, estou esclarecido acerca da sua visão "aprofundada" sobre o jornalismo e a política. Sobre gastronomia, basta-me um provérbio: "Com papas e bolos se enganam os tolos".

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28 mil casos

por Miguel Bastos, em 30.12.21

pai natal.jfif

Pelo terceiro dia consecutivo, Portugal atinge um novo máximo de infeções. Hoje, foram 28 mil novos casos.
Ao mesmo tempo, decide-se a redução do número de dias de isolamento.
O tempo está confuso.
Eu, por exemplo, tenho vontade de ir para casa cantar o "Let it snow". Só preciso de uns calções e uns chinelinhos.

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Estacionamento

por Miguel Bastos, em 07.11.21

Desempregados do meu país: não se iludam. Amanhã, quando forem ao centro de emprego, têm mesmo que estacionar nos locais assinalados e pagar o parquímetro. Aquilo de galgar ciclovias e estacionar em cima dos passeios, só é possível em situações muito excecionais, como, por exemplo, eventos partidários. Nesse caso, pode-se estacionar à vontade e dizer que é em nome do interesse nacional.

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