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Gouveia e Melo

por Miguel Bastos, em 14.05.25

Gouveia e Melo é candidato à presidência da República.
Eu sei, é uma grande surpresa. Ninguém estava a contar.
Ninguém, ninguém, ninguém.

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Nheca nheca

por Miguel Bastos, em 06.05.25
"Um debate nada nheca nheca" foi o título escolhido para o primeiro jornal de campanha, da Antena 1.
Há onomatopeias que valem mais do que mil palavras.
O "zig-zag" soou requentado. Mas, o "nheca nheca" soou-me a "pumba".
 
"Vamos a votos"? Vamos. "Vrum, vrum".
 
Para ouvir, aqui:
 

 

 

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Sá Carneiro

por Miguel Bastos, em 28.04.25

EXPOSIÇÃO SÁ CARNEIRO DEMOCRACIA.jpg 

Quando foi fundado, em 1974, o PPD quis-se afirmar como um partido de centro-esquerda. Ninguém acreditou. A esquerda considerou, logo, que o PPD era um partido de direita disfarçado - que teve de adaptar o discurso, para se poder afirmar no pós 25 de Abril. Pacheco Pereira considera que essa narrativa não serve, apenas, à esquerda. Também dá jeito ao próprio PSD que, para não assumir que virou (ou foi virando) à direita, diz que sempre o foi, mas na altura não o podia assumir. São pessoas (defende) que usam a imagem de Sá Carneiro, sem lhe conhecer o pensamento. A exposição "Francisco Sá Carneiro e a Construção da Democracia" pode dar uma ajuda.
 
Para ver, na Câmara do Porto.
 
Para ouvir, aqui:
 

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/exposicao-sobre-sa-carneiro-inaugurada-no-porto_a1649753

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Eleições

por Miguel Bastos, em 12.03.25

- Então, sempre vai haver eleições antecipadas...
- Sim, na Madeira. Aquilo não ata, nem desata. São as terceiras eleições, em menos de...
- Não, eu estou a falar...
- ... das autárquicas? Bem, em Lisboa, o PSD vai repetir o candidato e o PS avança...
- Mas, quais autárquicas?! Refiro-me…
- Às presidenciais, claro. O PS continua sem candidato e o almirante...
- Eu estou a falar das legislativas.
- O que é que tem?
- Então?! Vamos ter eleições legislativas.
- Ai, sim? Desculpa, eu de eleições percebo pouco.

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Moções

por Miguel Bastos, em 05.03.25

Não percebo muito de meteorologia. Mas, a julgar pelo clima político, parece que chegámos ao tempo das moções.

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Um país chamado Europa

por Miguel Bastos, em 19.02.25

europa.jpg "Gostava muito de ir a África. Deve ser um país muito interessante". A afirmação foi atribuída a uma "starlet" americana: jovem, rica e loira. Não façam pouco. Há muito europeus a pensar a Europa, de forma semelhante. Alguns são políticos, académicos, comentadores, jornalistas. Queixam-se que "a Europa não decide"; "a Europa não domina"; "a Europa não manda". Esquecem-se que a Europa não é um país: são 27 países da União Europeia e os outros todos. E há uns que, estando dentro, gostariam de estar fora. Comparam a Europa com a América ou com a China e adivinhem quem ganha? Ponham 27 Trumps a falar entre si, em não-sei-quantas-línguas diferentes, e registem o tempo de decisão. Sabe sempre bem, dar uns tiros na União Europeia. Há sempre gente, à volta do gatilho. Uma estranha união dos que estão fora e dos que estão dentro. E entre os que estão dentro: uns são a favor do projeto europeu; outros são críticos do projeto europeu e outros, ainda, contra o projeto europeu. A União Europeia pode e deve ter sentido crítico, autocrítico. Mas, fazer "Tiro ao Álvaro" não é só um "tiro no pé". É correr o risco de "perder a mão".

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Primo Basílio

por Miguel Bastos, em 18.02.25

primo.jpg 

Presidenciais de 91. Depois de ter vencido Freitas do Amaral, Mário Soares voltava a enfrentar um nome histórico do CDS. Nessa noite, Basílio Horta iria fazer um comício na minha terra. Eu e o Carlos passámos pela casa do Afonso. "O Afonso não está", diz-nos o irmão, a sorrir, "foi ver o primo Basílio". Os dois irmãos eram muito diferentes. O Renato vivia com o pai e era todo "Soares é fixe!". O Afonso vivia com a mãe e tinha sido todo "Prá frente, Portugal!". Já o Carlos, ao meu lado, era todo "Quero lá saber!". Disse o Carlos: "É um tipo fixe, o Renato. Só não percebi a do primo Basílio". Tentei explicar-lhe que Basílio era o candidato às eleições presidenciais, mas ele interrompeu logo: "Ah, então é isso. Eu não tenho pachorra nenhuma para política". "Nota-se", respondi. "Mas porque é que ele disse 'primo'? Eles são primos?". "Por causa do livro do Eça de Queiroz", respondo. "Ah, não tenho pachorra para ler". "Também se nota", respondo. "Ai sim?" (de repente, o Carlos mostrou-se zangado) "Por acaso está escrito na minha cara?!". "Não. Mas, se estivesse, também não ias ler, pois não"?

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Deputados a dançar

por Miguel Bastos, em 17.02.25

ar.jpg 

Ele, deputado da direita:
- Devíamos dançar, um dia destes.
 
Ela, deputada da esquerda:
- É só marcar a data.
 
Ele, a justificar:
- Para atenuar as nossa diferenças políticas.
 
Ela, a duvidar:
- Quanto a isso, acho que nem dançando muito.
 
Ele, a reparar no meu ar espantado:
- Sabe, ela dança maravilhosamente bem.
 
Ela, a sorrir:
- Oh, senhor deputado! Sempre um sedutor.
 
Ele, a insistir:
- As nossas diferenças políticas nunca nos impediram de dançar.
 
E, a lamentar:
- Infelizmente, hoje dança-se pouco.

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Depois da festa

por Miguel Bastos, em 20.01.25

anne.jpg

"O Crepúsculo da Democracia" começa como se fosse um filme. Uma festa de Ano Novo, em 1999, numa casa de campo na Polónia. Dezenas de pessoas - vindas de Moscovo, Nova Iorque, Londres ou Varsóvia - preparam-se para celebrar a chegada do ano 2000 com otimismo. Pensei nos filmes de guerra. As pessoas a divertirem-se ou a discutir futilidades, ignorando que as bombas e os soldados já estão próximos. Os últimos momentos de alegria, antes do confronto violento.

E é mais ou menos isso que se segue. Escreve a autora: "Volvidas quase duas décadas, eu atravessaria agora a rua para evitar algumas das pessoas que foram à minha festa de Ano Novo. Elas, por seu turno, não só se recusariam a entrar na minha casa como teriam vergonha de admitir que alguma vez lá tinham estado. Na verdade, quase metade das pessoas que foram àquela festa não falaria com a outra metade." As pessoas que estavam na festa eram "de direita": conservadores e liberais, admiradores de Thatcher, defensores da NATO, do mercado livre, da União Europeia, da democracia. Uma direita otimista e triunfante, que confiava nas instituições. Que combatia a esquerda, dentro das regras. Muito diferente de uma certa direita, que não é nova - porque tem demasiadas coisas parecidas com a antiga.

Anne Applebaum aborda a forma como a direita autoritária e populista chegou ao poder na Hungria e na Polónia, mas também nos Estados Unidos onde, hoje, se assiste ao regresso de Donald Trump à presidência. Anne descreve as táticas que os protagonistas desta direita usam para desgastar as instituições democráticas. Como usam, de forma quase científica, a calúnia e a mentira. Como inventam teorias da conspiração e campanhas de difamação. Como agitam medos e inventam ameaças. Como prometem o regresso a um passado que nunca existiu. Como defendem uma coisa e o seu contrário. Como defendem uma coisa e fazem outra. Como lutam pelo poder, apenas para exercerem o poder. Os valores e a ideologia têm muito pouco a ver com este contexto. Razão, pela qual, os partidos tradicionais têm tido muitas dificuldades em irem a jogo. Porque vão com as regras da democracia para um combate sem regras.

Apesar do retrato traçado, recorrendo a casos e períodos históricos, em que a democracia esteve em perigo, ou foi, mesmo, derrotada, a autora consegue, ainda assim, deixar uma nota de esperança. "O Crepúsculo da Democracia" é uma excelente reflexão sobre os tempos em que vivemos.

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Liberdade

por Miguel Bastos, em 07.01.25

cravo.jpg

 
Levanto a cabeça. Estava enfiada num livro sobre o populismo e o autoritarismo que avançam, em vagas, sobre a democracia. A rádio acaba de revelar que a palavra do ano é "liberdade". Foi escolhida, pelos portugueses, como palavra do ano, numa votação da Porto Editora. Ficou à frente de "conflitos" e "imigração".
 
Uma escolha feliz, certamente influenciada pelos 50 anos do 25 de Abril. Foi, no entanto, uma vitória "à justa". Lembrei-me, então, desta foto -  que me foi enviada de Brasília, antes da invasão das instituições democráticas, por parte dos populistas. A lei e ordem, que dizem defender, só lhes serve em caso de vitória. A liberdade, também.
 
"Liberdade" é a palavra do ano. Celebremos, que é dever cívico.

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