Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Morreu o agente da PSP que foi agredido, à porta de uma discoteca, em Lisboa. Para contextualizar: este fim de semana, houve confrontos violentos à porta de uma discoteca. Quatro polícias tentaram a acalmar a situação, mas, apesar de se terem identificados como polícias, acabaram, também, por ser agredidos e levados para o hospital. De seguida, soubemos que há dois fuzileiros suspeitos de fazerem parte do grupo de agressores. Poderemos ter um caso, grave, de militares (altamente especializados) a agredir polícias. O que levanta inúmeras questões. Entretanto, um dos polícias acabou por morrer. Se fosse um polícia a agredir um cidadão comum, ou se fosse um cidadão comum a agredir um polícia, era relativamente fácil antever a reação de certos partidos políticos ou organizações. Assim, é mais difícil. O que me leva à convicção de que é mais fácil defender barricadas e trincheiras do que pessoas, seres humanos, cidadãos. E, sim, também estou a pensar na Ucrânia.
Certo dia, uma estrelinha, em Belém, iMagina o nascimento de uma nova polícia...
Filho - O quê, o Cristiano Ronaldo está infetado?
Pai - Está, acabei de saber, e o diretor nacional da PSP também está.
Filho - E, isso, interessa?
Pai - Como assim?
Filho - Achas que a maioria dos portugueses quer saber disso?
Pai - Acho que não. Pelo menos, enquanto não lhe assaltarem a casa.
[Foto: FPF]
A descoberta das armas de Tancos foi uma encenação, confirmou o diretor da Polícia Judiciária Militar. Convenhamos, a coisa cheirava a ópera bufa. Mas, encenação por encenação, venha o La Féria. Tem mais luz, mais cor, mais movimento. Tem lantejoulas e purpurinas. Tem classe. Encenar é uma arte para profissionais.
António sorria. Revejo imagens suas, nos jornais e nas televisões, e está quase sempre a sorrir. Ele, que era um homem de batalhas. Ele, que era um homem de princípios. Talvez, porque defendesse convicções. Talvez, porque não confundisse adversários com inimigos. A sabedoria da idade, poderia ser uma ajuda. Mas, nas fotografias mais antigas, também o encontramos a sorrir. Coisa rara na política.
António sorria. Mesmo quando alertava para as ameaças à democracia; para os perigos da austeridade; para os ataques ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Ele, que criou o SNS, em tempos de austeridade, a sorrir. No país do “muito riso, pouco siso”, o sorriso de António era uma benção.
António sorria. Não lhe faltava siso, nem conhecimento, nem experiência, nem trabalho. Trabalhou, de resto, até ao fim da vida. Este ano, editou o livro “Salvar o SNS”, com João Semedo, do Bloco de Esquerda, (outro lutador). Deixou, ainda, uma proposta para renovar o SNS que vai ser discutida e votada no parlamento. E tudo isto, a sorrir.
Em Portugal, dizemos que são escapadinhas. O slogan é “vá para fora, cá dentro”.