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Pouca roupa

por Miguel Bastos, em 21.03.23

E eis que chega a primavera. Tempo de amor e poesia. Um casal de adolescentes passa por mim: ele, de calções de moletão e camisola de manga cava; ela, de top e minissaia, muito, muito mini. São ultrapassados, por outro jovem, de passo estugado, sapatilhas de corrida e tronco nu. Calma, malta. Eu sei que está bom tempo e que apetece tirar a roupa. Mas, ainda não chegámos: nem à Madeira, nem aos 20 graus, nem ao verão. Aliás, quando chegarmos ao verão vão tirar o quê? O apêndice?

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Comer poesia

por Miguel Bastos, em 01.03.23

natalia.jpg 

- Sabes, pai, o livro novo que me deram?
- Sim...
- Já o mamei todo!
- Disseste "mamei"?!
- Oh, pai, é uma maneira de dizer!
Percebeu, Natália?
"A poesia é para comer".
A banda desenhada "é para mamar"!

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Fausto com Ela

por Miguel Bastos, em 06.02.23

fausto.jpg

Uma canção é composta por música e letra. Uma das questões que se coloca, frequentemente, aos escritores de canções, é saber o que é que nasce primeiro. Outra, é saber se a letra pode ser considerada um poema. Se vive sem a melodia. Neste caso, a discussão tende a ser acalorada. Porque vivemos, ainda, com uma concepção de "acima e abaixo" - "cultura erudita" versus "cultura popular". Conheço muitos versos da "cultura popular" que são bem melhores do que alguns versos da "cultura erudita". Não há muito tempo, o tema foi discutido por causa do Nobel da Literatura, atribuído a Bob Dylan. Muitos "da literatura" não gostaram. Os da cultura popular chamaram-lhe "snobs". Não sei quem tem razão, mas não me apaixonei pela discussão. Estranhei, apenas, por uma questão "técnica". Para mim, não se trata de saber se os textos de Bob Dylan são suficentemente bons, para serem premiados com um "Nobel". Mas, antes, saber se as canções, os discos ou os concertos ao vivo podem ser premiados como "literatura". Estranharia um "Grammy" ou um "Brit Award" para Saramago, por exemplo. Um dos escritores de canções mais brilhantes que conheço (música e letra), chama-se Fausto. No "Fala com Ela", da Inês Meneses, diz que não se considera poeta e explica porquê. Não é por ser mais, ou menos. Não é por ser "acima ou abaixo". É por ser outra coisa.

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Tom Verlaine

por Miguel Bastos, em 02.02.23

tom verlaine.jpg 

Olá, Tom! Tinha saudades tuas. E nem sabia.

Se quiserem saber mais sobre Tom Verlaine, leiam aqui o Nuno Galopim, que ele explica estas coisas muito bem.

https://giradiscos.me/2023/01/29/tom-verlaine-1949-2023/?fbclid=IwAR2mMJl6Z-z2dFWVBND8zh_6D1lxFT7_r8YJBXvjqGX5g3191yQ2svYRAtw

 

 

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A Lisboa de Eugénio

por Miguel Bastos, em 23.01.23

Para celebrar os 100 anos de Eugénio de Andrade, a minha rádio andou a passar músicas com as palavras do poeta. Esta foi uma das que ouvi. E lembrei-me que esta foi, talvez, a primeira vez que entrei em contacto com a sua poesia. Os Trovante voltaram, várias vezes, à grande poesia portuguesa. Por vezes, com resultados épicos. Não é o caso desta canção. "Lisboa" é "Descalça e leve": como o poema de Eugénio, como a poesia de Eugénio.
 
LISBOA
 
Alguém diz com lentidão:
"Lisboa, sabes..."
Eu sei. É uma rapariga
Descalça e leve,
Um vento súbito e claro
Nos cabelos,
Algumas rugas finas
A espreitar-lhe os olhos,
A solidão aberta
Nos lábios e nos dedos,
Descendo degraus
E degraus
E degraus até ao rio.

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Uma casa para Eugénio 2

por Miguel Bastos, em 22.01.23

 arnaldo saraiva.jpg

Durante vários anos, os amigos procuraram uma casa para o poeta, no Porto. E encontraram uma casa, na Foz, que foi, também, a sede da Fundação.
 
A morte do poeta, há quase 20 anos, fez extinguir a Fundação e o espólio de Eugénio de Andrade deixou de ter casa.
 
"Uma casa para Eugénio" é uma reportagem do jornalista Miguel Bastos, com sonoplastia de Rui Fonseca.
 
Para ouvir: clique na imagem ou no link.

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/uma-casa-para-eugenio_a1461353

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Uma casa para Eugénio

por Miguel Bastos, em 18.01.23

poetas.jpg 

Nesta altura, Arnaldo ainda era jovem e os poetas ainda eram vivos: Herberto Helder, à esquerda; Eugénio de Andrade, ao centro; Arnaldo Saraiva, à direita, que dedicou grande parte da sua vida ao segundo. Recebeu-me em sua casa, para começarmos a celebrar o centenário de Eugénio. A reportagem passa esta quinta-feira, depois das 10 da manhã, na Antena 1. Chamei-lhe "Uma casa para Eugénio". Obrigado Arnaldo Saraiva, Fernanda Ribeiro, João de Mancelos e João Rapagão, pela generosidade. Obrigado, António Jorge, pelo desafio. Obrigado, Rui Fonseca, pelo talento.

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Os arquitetos

por Miguel Bastos, em 16.01.23

rapagao.jpg 

Normalmente, os arquitetos fazem casas e museus e teatros e hospitais e essas coisas importantes.
Mas, por vezes, são interrompidos por jornalistas.
Nesses dias, passeiam em cemitérios e jardins e tiram fotografias.
  - Importa-se? - pergunta-me o arquiteto João Rapagão.
  - Claro que não. Temos que fingir que estamos a trabalhar?
  - Acho que não é preciso.

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Mega Ferreira

por Miguel Bastos, em 26.12.22

mega.jpg

Vivemos num tempo de especialização - continua e progressiva. Ser (realmente) bom numa coisa, implica (geralmente) abdicar de tudo o resto. São poucos aqueles que são verdadeiramente bons, em várias coisas: simultânea ou alternadamente. Enciclopédico, Mega Ferreira foi jornalista, escritor, gestor, sonhador, fazedor: na RTP, no JL, na Ler, na Expo, no CCB. Há muito, que o tempo não está de feição para os homens da renascença. Mega Ferreira foi contra o tempo e renasceu várias vezes. Hoje, morreu.

https://www.publico.pt/2022/12/26/culturaipsilon/noticia/morreu-escritor-jornalista-antonio-mega-ferreira-2032731

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Fado Moliceiro

por Miguel Bastos, em 12.05.22

O amor tem altos e baixos. Às vezes, dou por mim arrebatado, inebriado, embevecido. Outras vezes, recuo e vacilo. Lamento-lhe a pobreza, a decadência, o desleixo. Nessa altura, dá-me para ouvir esta música. "Morro de amor", diz o primeiro verso do "Fado Moliceiro", que faz renascer a minha paixão. Hoje é dia de festa e de amor. Na minha terra. Pela minha terra. 

[O Fado Moliceiro junta três génios: Ary dos Santos, Carlos do Carmo e Carlos Paredes]

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