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Erros meus

por Miguel Bastos, em 11.06.24

20240611_103620.jpg

- Ólhó Luis Vás!
- Olá.
- Gostas-te da festa dontem?
- Isso está cheio de erros, sabias?
- Ya, "Erros meus, má fortuna" e coiso e tal...
- O que é que estás a fazer?
- Tou a chatear o Camões...

 

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Amália, no Dia da Voz

por Miguel Bastos, em 16.04.24

amalia_disco.jpg 

Com que Voz (Luís de Camões, Alain Oulman)

https://youtu.be/D1IcpekV7FM?si=gvKfuGG2UHkBFa1

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Rimas estrangeiras

por Miguel Bastos, em 08.03.24

godinho.jpg

- Pai, ainda falta muito para chegarmos?
- Um bocadinho.
- Podemos fazer qualquer coisa, para passar o tempo?
- Podemos fazer rimas.
- Começas tu?
- Pode ser: Vamos para o norte / Ou vamos para o sul
- Ahhhh... hummm...
- Desculpa, filho, não deve haver muitas palavras a rimar com "sul".
- Já sei. Podes repetir?
- Sim. Vamos para o norte / Ou vamos para o sul.
- Vamos para a praia / Ou para a swimming pool.

Viu, Godinho? Se um dia destes, precisar de alguém para ajudar nas letras... 
(que, como sabemos, não é o seu forte...)

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Não há planeta B

por Miguel Bastos, em 19.04.23

"Celebrar o quê? Não há planeta B!", disseram os jovens que mostraram as nádegas (bué original!) escritas com a palavra "ocupa". Ocupa, quem? Ocupa o quê? Ocupemo-nos da rima. Formalmente, é melhor do que a chamada rima pobre - com verbos, no infinitivo, a acabar em "ar" ou "ir". Mas não resiste à análise de conteúdo. "Celebrar o quê?", perguntam. "A democracia", respondemos. "Não há planeta B!", exclamam. "Nem democracia B", afirmamos. Em rima: "A alternativa existente, não dá bom ambiente" ou, ainda, "Calças para cima, em nome do bom clima". Não são rimas excecionais, mas é um começo...

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Pouca roupa

por Miguel Bastos, em 21.03.23

E eis que chega a primavera. Tempo de amor e poesia. Um casal de adolescentes passa por mim: ele, de calções de moletão e camisola de manga cava; ela, de top e minissaia, muito, muito mini. São ultrapassados, por outro jovem, de passo estugado, sapatilhas de corrida e tronco nu. Calma, malta. Eu sei que está bom tempo e que apetece tirar a roupa. Mas, ainda não chegámos: nem à Madeira, nem aos 20 graus, nem ao verão. Aliás, quando chegarmos ao verão vão tirar o quê? O apêndice?

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Comer poesia

por Miguel Bastos, em 01.03.23

natalia.jpg 

- Sabes, pai, o livro novo que me deram?
- Sim...
- Já o mamei todo!
- Disseste "mamei"?!
- Oh, pai, é uma maneira de dizer!
Percebeu, Natália?
"A poesia é para comer".
A banda desenhada "é para mamar"!

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Fausto com Ela

por Miguel Bastos, em 06.02.23

fausto.jpg

Uma canção é composta por música e letra. Uma das questões que se coloca, frequentemente, aos escritores de canções, é saber o que é que nasce primeiro. Outra, é saber se a letra pode ser considerada um poema. Se vive sem a melodia. Neste caso, a discussão tende a ser acalorada. Porque vivemos, ainda, com uma concepção de "acima e abaixo" - "cultura erudita" versus "cultura popular". Conheço muitos versos da "cultura popular" que são bem melhores do que alguns versos da "cultura erudita". Não há muito tempo, o tema foi discutido por causa do Nobel da Literatura, atribuído a Bob Dylan. Muitos "da literatura" não gostaram. Os da cultura popular chamaram-lhe "snobs". Não sei quem tem razão, mas não me apaixonei pela discussão. Estranhei, apenas, por uma questão "técnica". Para mim, não se trata de saber se os textos de Bob Dylan são suficentemente bons, para serem premiados com um "Nobel". Mas, antes, saber se as canções, os discos ou os concertos ao vivo podem ser premiados como "literatura". Estranharia um "Grammy" ou um "Brit Award" para Saramago, por exemplo. Um dos escritores de canções mais brilhantes que conheço (música e letra), chama-se Fausto. No "Fala com Ela", da Inês Meneses, diz que não se considera poeta e explica porquê. Não é por ser mais, ou menos. Não é por ser "acima ou abaixo". É por ser outra coisa.

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Tom Verlaine

por Miguel Bastos, em 02.02.23

tom verlaine.jpg 

Olá, Tom! Tinha saudades tuas. E nem sabia.

Se quiserem saber mais sobre Tom Verlaine, leiam aqui o Nuno Galopim, que ele explica estas coisas muito bem.

https://giradiscos.me/2023/01/29/tom-verlaine-1949-2023/?fbclid=IwAR2mMJl6Z-z2dFWVBND8zh_6D1lxFT7_r8YJBXvjqGX5g3191yQ2svYRAtw

 

 

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A Lisboa de Eugénio

por Miguel Bastos, em 23.01.23

Para celebrar os 100 anos de Eugénio de Andrade, a minha rádio andou a passar músicas com as palavras do poeta. Esta foi uma das que ouvi. E lembrei-me que esta foi, talvez, a primeira vez que entrei em contacto com a sua poesia. Os Trovante voltaram, várias vezes, à grande poesia portuguesa. Por vezes, com resultados épicos. Não é o caso desta canção. "Lisboa" é "Descalça e leve": como o poema de Eugénio, como a poesia de Eugénio.
 
LISBOA
 
Alguém diz com lentidão:
"Lisboa, sabes..."
Eu sei. É uma rapariga
Descalça e leve,
Um vento súbito e claro
Nos cabelos,
Algumas rugas finas
A espreitar-lhe os olhos,
A solidão aberta
Nos lábios e nos dedos,
Descendo degraus
E degraus
E degraus até ao rio.

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Uma casa para Eugénio 2

por Miguel Bastos, em 22.01.23

 arnaldo saraiva.jpg

Durante vários anos, os amigos procuraram uma casa para o poeta, no Porto. E encontraram uma casa, na Foz, que foi, também, a sede da Fundação.
 
A morte do poeta, há quase 20 anos, fez extinguir a Fundação e o espólio de Eugénio de Andrade deixou de ter casa.
 
"Uma casa para Eugénio" é uma reportagem do jornalista Miguel Bastos, com sonoplastia de Rui Fonseca.
 
Para ouvir: clique na imagem ou no link.

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/uma-casa-para-eugenio_a1461353

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