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"Achei que essa letra, dramática, fazia mais sentido cantada pela Tina Turner. Mas, nessa altura, ela estava a despedir-se do público, depois de 50 anos de carreira. Acabámos por ser nós a gravar", disse, Neil Tennant, dos Pet Shop Boys. A dupla já tinha escrito para Tina Turner. E, antes, já tinha escrito para outras divas, como Dusty Springfield e Liza Minelli.
Tina teve uma segunda vida quando regressou, no início dos anos 80, com a ajuda de um conjunto de compositores mais novos. A canção-título do álbum "Private Dancer", por exemplo, foi escrita por Mark Knopfler (dos Dire Straits). Apesar de não ter sido escrita para ela, fez todo o sentido: na sua voz, na sua entrega, na sua garra, na sua história, na sua vida. Era ela. Tina era o que cantava. Tudo o que cantava passava a ser dela. Até o que não cantou.
Volto ao início. A canção que Neil Tennant falou chama-se "The way it use to be". A dada altura, diz assim: "Don't give me all your northern pain / Don't sell me New York in the rain / Let's leave our promises behind / Rewind and try again". Tina nunca a cantou, mas é, sempre, a voz dela que eu ouço na minha cabeça.
A canção dos Pet Shop Boys, de que falo, é esta:
https://www.youtube.com/watch?v=cibw8Hsab28
A canção que escreveram para a Tina Turner é esta:
Um facto, talvez, menos conhecido de Morricone. Apesar da ligação intensa ao mundo do cinema, a música de Ennio Morricone não se limitou a ele. Por exemplo, em 1987, Morricone trabalhou com um grupo de música pop: os Pet Shop Boys. A canção foi incluída no segundo disco da dupla e teve o arranjo de Angelo Badalamenti (o criador das paisagens sonoras de David Lynch). E, depois, esta canção deu nome ao filme "It couldn't happen here". É como se não fosse possível afastar Morricone do cinema.