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Dois cantos

por Miguel Bastos, em 25.11.23

godinho.jpeg 

Ainda a propósito da genialidade do vídeo de homenagem ao Sérgio Godinho.

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O primeiro dia

por Miguel Bastos, em 24.11.23

"Homenagear os mortos e cuidar dos vivos" é uma frase batida.
Que não se espere pela morte, para a homenagem devida.
(Viram? Rimei!)
Um momento terno, que o Sérgio é eterno.

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Sara Tavares

por Miguel Bastos, em 19.11.23

sara.jpeg 

A viagem, de regresso à consciência, foi lenta e dolorosa. Primeiro, ruídos que, afinal, eram vozes. Depois, melodias de vozes, ainda sem palavras. De seguida, palavras desconexas, sem significado. E, finalmente, começaram-me a chegar palavras, palavras mesmo, que eu juntava em frases, mentalmente, dando-lhes sentido. Sara Tavares. Falavam de Sara Tavares. Uma das enfermeiras tinha ido vê-la, ao vivo, e apercebe-se do meu interesses na conversa. "Gosta da Sara Tavares, Miguel?" Digo que sim, com a cabeça. "Já a viu, ao vivo?" Volto a dizer que sim. "Ela é extraordinária". "As pessoas continuam a pensar na Whitney Houston e no Festival da Canção, mas ela está noutra fase. Sentada, com a sua viola, a cantar em criolo..." Sorrio. "Que pena não termos aqui a música dela, senão ouvíamos os dois". Voltei a sorrir. Sentia, de resto, que a vida começava a sorrir-me de novo.

Regressei a casa, depois de quase um mês no hospital. Ouvi Sara Tavares. A cantora que passei a associar ao meu caminho de regresso à vida. Custa-me aceitar que ela, hoje, fez o caminho, na direção contrária.

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Acidente de rádio

por Miguel Bastos, em 16.11.23

onda curta.jpg 

Depois de um chorrilho de insultos, ainda ouvi as palavras "traidores" e "corruptos", já em "fade", com a voz do moderador (será que moderou?) a sobrepor-se, para anunciar o fim do debate. Fique aliviado por ter chegado no fim. Mas, eis que, depois de um "jingle" de estação e um bloco publicitário, anuncia-se um espaço de opinião. Entra uma batida "hip-hop" e uma voz coloquial pergunta "o que é que nos trazes hoje?" e o "opinador" começa a desenrolar um discurso contra o oportunismo, o socialismo, o chavismo, e volto a ouvir as palavras "traição" e "corrupção" e um locutor / jornalista a anunciar que "vale a pena ouvir as pessoas na rua" e ouvem-se palavras de ordem (ou serão de desordem?) e regressa a conversa informal com o "opinador" que traz mais acusações ao som de batidas "hip-hop". E, depois, novos "jingles", e "spots" e, agora, "a história de uma mulher que foi morta, assassinada, à porta de casa". E segue-se uma descrição pormenorizada, com um "jornalista criminal" ao telefone: a senhora teria mais de 60 anos e uma relação sentimental com o assassino, e estaria a recuperar de uma operação, e o agressor encostou-lhe uma arma na nuca, e ele descreve a arma do agressor, e o local onde a bala terá entrado, e como o sangue escorreu sobre os corpos dos dois. "Que horror!", exclama o locutor / jornalista. E a rádio, dinâmica, passa para outros sons das manifestações, intercaladas com vozes que me parecem ser de políticos (em assembleia, em entrevistas, em comícios), e palavras de ordem ("crime", "justiça", "corrupção", "política") - desta vez na voz colocada de um locutor. E, depois, entra mais um "opinador" que resolveu falar diretamente para mim "Escuta, se tu queres...". Mas eu - esperto - desliguei-lhe o rádio na cara.
 
Chego a casa, depois de uma passagem, não programada, pela Onda Curta - há muito abandonada em Portugal. E, ainda, não estou em mim.

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Anarquia! Anarquia!

por Miguel Bastos, em 08.11.23

COSTA DEMISSÃO.jpg 

- É verdade que o primeiro-ministro se demitiu, pai?
- É.
- Uau, já não temos chefe. Anarquia! Anarquia!
- Qual anarquia?! Para já, continua tudo igual.
- Com aulas e tudo?
- Claro! Não é feriado, nem passámos a ser uma anarquia.
- Estás a ouvir, mano? Eu tinha-te dito...

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Abóbora

por Miguel Bastos, em 01.11.23

abóbora.jpeg 

"Cabeça de abóbora", costumava chamar-me o meu pai, sempre que eu me esquecia de alguma coisa. Não percebia a ligação entre as abóboras e a minha cabeça: distraída e sem juízo. Lembro-me de lhe perguntar o significado da expressão, mas não me lembro da resposta. "Comes muito queijo", diria o meu pai. Provavelmente, não valeria a pena insistir na pergunta. Correria o risco de ouvir outra das suas expressões: "Abóbora, que arroz é água". Abóbora, no dia dela.

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Secretário-Geral

por Miguel Bastos, em 25.10.23

guterres.jpg 

Pelo que percebi, o embaixador de Israel na ONU pediu a “demissão imediata” de António Guterres, porque percebeu que Guterres é (mesmo) Secretário-Geral das Nações Unidas. Não é Secretário-Geral de Israel, nem da Palestina, nem da NATO, nem da União Europeia, nem do G7, nem da Web Summit. É de todos.

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Más línguas

por Miguel Bastos, em 20.10.23

 

- Esta música está-me a incomodar. É fraquinha, ou é impressão minha?
- Bem, depende dos gostos.
- Mas é alguma coisa de jeito?
- Costumam dizer que esta é a maior banda de rock do mundo.
- Quem é que diz isso?
- As más línguas. E as boas, também.

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Mister

por Miguel Bastos, em 18.10.23

- Tens os papéis, para entregar ao treinador?
- Tenho, pai.
- Como é que ele se chama?
- Não sei.
- Não sabes?
- Não, pai, é novo. Nós chamamos-lhe "mister".
- Mas, aqui, são todos "mister" .
- Todos, pai?!
- Todos, não. O teu pai é um "senhor".

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Paixão

por Miguel Bastos, em 17.10.23

mr vertigo.jpeg 

Há uns anos (quase 30), apaixonei-me por este livro. Tanto, que me lembro de ter escrito uma carta apaixonada, sobre o livro, à minha paixão da altura. Para ser franco, já não me lembro bem da história de "Mr. Vertigo". Fui continuando a alimentar a minha paixão com outros livros, do mesmo autor. Porém, a dada altura, a paixão entrou numa certa rotina. Afastámo-nos, um pouco. Enfim, o normal.
Há uns tempos, a minha paixão da altura (sim, essa contina a mesma) deu-me um livro de Paul Auster. E foi paixão, de novo.

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