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- Foste trocar de roupa, papá?
- Sim, fui vestir uma camisa.
- Porque hoje é um dia especial, não é papá?
- É, filho.
- Para estarmos bonitos, não é?
- Exatamente.
- E tu estás muito bonito.
- Obrigado, filho.
- Estás de pijama, papá?
Pelé morreu. Na rádio, na televisão, nos jornais, lembram o epíteto: "rei". O rei Pelé. O meu coração republicano lembrou-se, no entanto e de imediato, que Pelé foi ministro do desporto, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Um homem negro, pouco escolarizado, vindo da pobreza, catapultado (pelo futebol) para o estrelato mundial, era, agora, ministro. Poucos anos depois, outro negro famoso tomou posse como ministro (desta vez, da cultura): Gilberto Gil. Não faço ideia se foram bons ministros, mas não posso deixar de pensar o quão inspirador terá sido, para tantos jovens negros e pobres, ver dois dos seus serem empossados no cargo de ministros. Aqui, os dois posam para a fotografia. Há um terceiro, na fotografia: Caetano Veloso. Um "negro quase branco", que nunca foi ministro, mas que, há muito, reina no meu coração republicano.
"Entrámos no último dia útil de 2022", diz-me a minha rádio, logo pela manhã. "Útil"? É capaz de ser exagero!
Ganhar o tesouro, perder a secretaria.
- Vais trabalhar?
- Vou.
- Dou-te boleia?
- Não vale a pena.
- Deixa-te de coisas. Cantamos pelo caminho.
- Obrigado, boss.