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Hoje, celebro o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, na Antena 3 (com a RDP África, ali ao fundo).
Estávamos todos preparados para a febre de sábado à noite, quando a notícia chegou: Paulo Raimundo vai ser o novo secretário-geral do PCP. Um segredo de polichinelo. Já todos sabíamos que ia ser o Paulo. Todos - exceto meia dúzia de jornalistas, comentadores, políticos (em geral) e militantes do PCP (em particular) que tiveram de ir ao Google.
Se alguém perguntar por mim... diz que fui por aí.
- ... e aquela Mafalda, dona Fátima? Saiu-me cá uma falsa!
- Quem?
- A Mafalda que, agora, anda lá metida com o engenheiro.
- Não estou a perceber.
- A da telenovela... da TVI.
- Ah, deixei de ver novelas. Aquilo é sempre a mesma coisa.
- Mas, a senhora gostava tanto!
- Pois, mas fartei-me. Agora vejo a CMTV.
- A sério? Aquilo é só crimes e desgraças!
- É, eu acho piada àquelas desgraças todas.
Infoentretenimento.
Morreu o agente da PSP que foi agredido, à porta de uma discoteca, em Lisboa. Para contextualizar: este fim de semana, houve confrontos violentos à porta de uma discoteca. Quatro polícias tentaram a acalmar a situação, mas, apesar de se terem identificados como polícias, acabaram, também, por ser agredidos e levados para o hospital. De seguida, soubemos que há dois fuzileiros suspeitos de fazerem parte do grupo de agressores. Poderemos ter um caso, grave, de militares (altamente especializados) a agredir polícias. O que levanta inúmeras questões. Entretanto, um dos polícias acabou por morrer. Se fosse um polícia a agredir um cidadão comum, ou se fosse um cidadão comum a agredir um polícia, era relativamente fácil antever a reação de certos partidos políticos ou organizações. Assim, é mais difícil. O que me leva à convicção de que é mais fácil defender barricadas e trincheiras do que pessoas, seres humanos, cidadãos. E, sim, também estou a pensar na Ucrânia.
Geralmente, as boas notícias não são notícia. Claro que há exceções. A transição dos anos 80 para os 90 teve várias "boas" notícias que foram, mesmo, notícia. Entre elas, a queda do Muro de Berlim, em 1989 - que dividia não só a Alemanha, como a Europa, em duas metades - e a queda do apartheid, em 1991 - que dividia a África do Sul: brancos para um lado, negros para o outro. Hoje voltamos à regra, com uma "má notícia", como as "boas" notícias "devem" ser. Morreu Frederik de Klerk: o presidente da África do Sul que libertou Nelson Mandela, aboliu o apartheid, e, dois anos depois, partilhou o Nobel da Paz com Mandela, que veio o a suceder na presidência. Frederik de Klerk tinha 85 anos e um lugar na história. Infelizmente, também tinha um cancro.