Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Aparelhagem

por Miguel Bastos, em 27.07.21

neil young.jpg

Foi o primeiro disco a girar na nossa aparelhagem. O sonho de uma vida. Era curta, a nossa vida; mas a espera, achávamos nós, tinha sido imensa. Já tínhamos comprado alguns discos, logo após a aprovação, na generalidade, da aquisição do aparelho. Discutíamos, em plenário, qual seria o primeiro disco a girar, quando fomos surpreendidos pelo anúncio da visita de uma tia. Esta tia - velha, dura e austera - não era dada a frivolidades e iria, certamente, condenar pais e filhos, pelo gasto avultado e desnecessário. Corremos para a sala para reajustar os planos: a viagem psicadélica dos Pink Floyd, que pedia intensidade no volume, teria que ser adiada; e o disco ao vivo dos Doors, com as explosões de raiva e poesia de Jim Morrison, não nos pareceu indicado. A tia chegaria a qualquer momento. Escolhemos o Harvest, que tinha acabado de ser entregue pelo senhor do Círculo de Leitores. O Neil Young tinha a beleza exigida para a ocasião e a vantagem de gritar baixinho. Ouvimos o disco de um lado e do outro, com o coração, cheio e nas mãos, e os olhos hipnotizados pelas luzes que piscavam, com maior ou menor intensidade, ao ritmo das canções. O Neil Young inaugurou o sonho de uma vida: ainda no início e já tão inteira.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Furacão

por Miguel Bastos, em 08.02.21

Por vezes, o amor chega de mansinho. Outras vezes, chega como um furacão. E pode, até, chegar das duas formas, ao mesmo tempo - como nesta canção, de Neil Young. Numa altura em que andamos deficitários de coisas bonitas, o Pedro Ferreira anda a criar e a distribuir coisas que valem (mesmo) a pena. Da Suécia, com amor: Tilde.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Palma: 70 anos

por Miguel Bastos, em 04.06.20

palmas.jpg

Em 1985, estávamos acampados a 15 quilómetros de casa. Mas era como se estivéssemos noutro continente. Vivíamos numa tenda grande, sem água nem luz. Andávamos sem relógio. Mergulhávamos no mar, em jejum. Líamos ao sol ou à lareira. Tomávamos banho ao ar livre. Ensaiávamos palavras em inglês, com estrangeiros altos e louros. A única coisa de que sentíamos falta era do Jorge Palma. "O lado errado da noite" tinha entrado lá em casa, pouco dias antes de partimos para a nossa aventura. O disco tinha-nos deixado surpreendidos, boquiabertos, maravilhados. Tinha qualquer coisa de Sérgio Godinho e de Neil Young. Era estranho e familiar, ao mesmo tempo. 

Hoje, fui surpreendido pelos 70 anos "redondos" de Jorge Palma e procurei "O lado errado da noite". Encontrei-o entre o Julio Iglesias, da minha mãe, e os Joy Division, da minha adolescência. O Jorge é um velho amigo da família. Ele não sabe, claro, mas é. Palmas.

Autoria e outros dados (tags, etc)


Mais sobre mim

foto do autor


Calendário

Dezembro 2024

D S T Q Q S S
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031

Pesquisar

  Pesquisar no Blog

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D