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Tenho uma relação especial com este disco, de Sérgio Godinho. "Na vida real" saiu em 1986, numa altura em que eu fervilhava de entusiasmo com a chegada de mais um Rali de Portugal. A disputa entre a Audi e a Lancia foi interrompida, no entanto, pela minha professora de português, que resolveu marcar um teste na véspera e me deixou apeado. Fique sem direito a pó, a direta, a chouriça na brasa, a fogueira, ao nascer do sol na serra. Na altura, o Rali de Portugal era a experiência mais próxima de um festival de verão. Para compensar a minha retenção no cais de embarque, o meu pai ofereceu-me o (então) novo disco de Godinho. Decorei-o de ponta a ponta. Cantei-o ao vivo, pouco tempo depois, na segunda fila do Teatro Aveirense. Perdi o Rali, mas guardei o Sérgio - que continua aí para as curvas. Hoje, faz 75 anos. Parabéns mestre, ainda vamos celebrar as bodas de ouro!