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Este é o novo sobressalto da democracia europeia: chama-se Eric Zemmour. O candidato à presidência do país da "Liberdade, igualdade, fraternidade" é um conhecido ex-jornalista e comentador da televisão. Zemmour é um judeu de extrema-direita, simpatizante de Pétain - símbolo máximo do colaboracionismo nazi. Um antimuçulmano, que já foi condenado por racismo, e que conta com o apoio de Le Pen pai. Zemmour anunciou que era candidato, num vídeo publicado no Youtube. Não é surpreendente. Os defensores das ideias mais antigas não hesitam em recorrer às tecnologias mais modernas, para espalharem a sua mensagem. Não é uma invenção do populismo de hoje. É uma invenção do populismo de sempre. Os "modernos", admiradores do teórico dos media Marshall McLuhan, continuam encantados com os "meios que são mensagem". Os "antigos" não olham a meios, para atingirem os fins.
[Foto: Joel Saget / AFP]
Sabemos muito pouco sobre o Afeganistão. Um país devastado, há várias décadas. Uma espécie de aldeia gaulesa, que resistiu aos poderosos exércitos da União Soviética e dos Estados Unidos. Os talibã são, também, uma espécie de lusitanos, mas mais disciplinados: ou governam, ou não se deixam governar. Não é, no entanto, preciso perceber muito de Afeganistão, para perceber o que aí vem. Os talibã reconquistam o território, a grande velocidade, com a tomada militar de mais de uma dezena de capitais de província. Esta madrugada, caiu a segunda maior cidade do país: Kandahar. A capital, Cabul, está ameaçada. O governo tenta, ainda, salvar a pele, com acordos para a partilha do poder. Os soldados americanos estão de saída, mas, o governo enviou três mil soldados, para retirar o pessoal diplomático de Cabul. Outros países seguem o exemplo. As Nações Unidas pedem, aos países vizinhos, para abrirem as fronteiras. Mais de 3 milhões de refugiados já abandonaram o Afeganistão. Está tudo pronto para a desgraça. Estejamos prontos para as lágrimas de crocodilo.
[Foto: Reuters]
Sadiq Khan pediu aos londrinos para não se alarmarem com a maior presença de polícia nas ruas. Foi criticado por Donald Trump, no twitter, por não levar o terrorismo a sério. Sadiq Khan já sabia (claro!) que tinham morrido 7 pessoas e que 48 pessoas tinham ficado feridas. Não foi preciso Trump dizer-lhe. Sadiq Khan não respondeu. Disse que tinha mais que fazer.
Sadiq Khan considerou o ataque cobarde e cruel. E que os londrinos não se devem deixar amedrontar. Está zangado e furioso. Mas, apelou à união. E praticou a união: ao lado de conservadores e trabalhistas; de médicos e polícias; bombeiros e líderes religiosos. Disse, ainda, que os terroristas odeiam a democracia. E que a ideologia que defendem é perversa e venenosa. Ele sabe que a luta não entre gente de cor diferente; ou entre gente de religiões diferentes. É entre a democracia e o totalitarismo. Entre liberdade e fanatismo.
Sadiq Khan prestou homenagem aos que morreram. Com gente de todas as cores e religiões. Sadiq Khan disse que os que matam em nome do Islão não o representam. Sadiq Khan é muçulmano. Sadiq Khan é o mayor. É mesmo.