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Fraquinho

por Miguel Bastos, em 17.01.25

IMG_1388.jpegA minha firma pediu-me para começar a trabalhar de manhã cedo. Aquele "manhã cedo" que nada tem de "manhã clara", porque começa na noite escura. A "Rainha da Noite" ajudou-me a acordar, no disco que Natalie Dessay dedica às heroínas de Mozart. Apercebo-me, entretanto, que o meu carro está todo "girl power". Quanto a mim, estou sem energia nenhuma. Fraquinho, fraquinho…

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Bravo!

por Miguel Bastos, em 25.10.24

CC PAREDES MIGUEL BASTOS.jpg 

Havia muitas coisas para fazer. A chegada do saneamento, da eletricidade e das estradas - a várias zonas do país - era notícia de primeira página e de abertura de noticiários. Só mais tarde, começámos a perder a contas aos IPs e ICs e às autoestradas. Entretanto (e bem), o país começou a pensar nos espaços culturais: recuperaram-se os teatro municipais (onde existiam) e começaram-se a fazer novos espaços de raiz. Paralelamente, foi-se apostando no ensino artístico - considerado fundamental para o desenvolvimento pessoal dos mais novos, para o aparecimento de novos artistas e para a criação de novos públicos.
Amanhã, vai ser inaugurado o novo Centro Cultural de Paredes, no distrito do Porto. O Centro, construído a partir de uma antiga adega cooperativa, vai receber a Orquestra Gulbenkian, com um solista natural de Paredes, antigo bolseiro da Fundação e que, atualmente, é Primeiro Clarinete da Orquestra Nacional e França. Bravo!
 
Para ouvir aqui:
 

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/centro-cultural-de-paredes-abre-portas-com-a-orquestra-gulbenkian_a1610281

 

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Bach

por Miguel Bastos, em 23.01.24

bach in brazil.jpg 

- Estavas a falar de um disco chamado "Bach in Brazil"...
- Sim...
- Isso não existe, pois não?
- Existe, pois, tenho o disco e tudo!
- "Bach in Brazil"?! Qualquer dia, fazem um "Bach in Africa"!
- Já fizeram. E um "Mozart in Egypt"... Há de tudo...
- Como na farmácia?
- Não. Infelizmente, na farmácia não há música.

Bach in Brazil, aqui:
 
https://www.youtube.com/watch?v=DXLgKsaYVEc&list=PLwpEdJ-VJW-tQr5SjBpXHToLQQ4wgMEhz
 

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Tár

por Miguel Bastos, em 24.02.23

Estou a ouvir a 5.ª Sinfonia de Mahler e a pensar nas mãos e nos braços de Tár; no rosto e nos olhos de Tár. E na voz, no discurso, na inteligência e no brilhantismo. E, ainda, na disciplina, no rigor e na assertividade implacável da personagem interpretada por Cate Blanchett. Depois de ter saído do cinema, senti-me preenchido e atordoado. Poucos dias passados, tenho a certeza de que o filme "Tár" vai-me acompanhar, nos próximos anos. Do mesmo modo que "Amadeus", de Miloš Forman: quando ouço o "Confutatis", do Requiem de Mozart, vejo Mozart a desenhar melodias no ar e a ditar as notas a Salieri, enquanto morre. Do mesmo modo que "Brassed off" / "Os Virtuosos", de Mark Herman: quando ouço o "Adagio", do Concerto de Aranjuez, de Rodrigo, vejo a nobreza, a paixão e o desespero da banda filarmónica, na sua luta pelo direito ao trabalho e a uma vida digna.
"Pensem na 'Morte em Veneza'", pede Tár, aos músicos que ensaiam o "Adagietto", da 5.ª Sinfonia de Mahler. A música faz parte do filme de Visconti. De resto, "Tár" está cheio de referências: a maestros, a músicos, a compositores, a outras artes - o que pode fazer com que os espetadores se sintam esmagados e excluídos. Mas, essa sensação faz parte da experiência que muitos sentem: ao entrarem numa grande sala de concertos, ao contactarem com os rituais da orquestra, ao enfrentarem uma sinfonia com uma duração superior a uma hora. Esta é uma música poderosa, mas é, também, uma música muito ligada aos círculos do poder e Tár não hesita em exercer o poder, de forma quase absoluta. Tár não sabe, no entanto, que o poder que exerce, pode estar a ser questionado, minado e, até, sabotado. Ou sabe?
São poucos os filmes onde sinto que a música é bem tratada. Não é o caso deste. Sinto, até, que, em nome desse rigor, a narrativa do filme possa, aqui e ali, ter sido sacrificada. Nesse sentido, "Tár" pode, até, não chegar a ser considerado uma obra-prima (o tempo o dirá), mas é, seguramente, um filme monumental. Mais de uma hora depois, a Sinfonia n.º 5, de Mahler, recomeça na minha aparelhagem: ouve-se o som do trompete e eu regresso mentalmente, à imagem de Tár, a maestrina implacável, a entrar em palco... 

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Surdos

por Miguel Bastos, em 11.11.22

beethoven.jpeg

- Posso-te contar uma anedota?
- Claro, filho!
- Foi o meu professor de música que ma contou.
- Força!
- O Mozart, estava a dar um concerto num estádio e pergunta:
"Querem ouvir a minha nova sinfoooiiiiaaa?"
"...."
"Mais altooooo!"
"...."
"Não ouço nadaaaa!"
- Aaah...
- Percebeste, pai?
- Mais ou menos. Não seria o Beethoven?
- Como?
- O Beethoven é que ficou surdo.
- O Mozart ou o Beethoven...
- Convém que não confundas, senão ainda chumbas...
- Achas?!
- ... e, depois, ficas surdo.
- Como o Beethoven?
- Exato, uma das causas da surdez pode ter sido o excesso de chumbo.

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Anitta de blue jeans

por Miguel Bastos, em 28.06.22

anitta.jpg

Só conheço a Anitta dos discos do Marco Paulo. Foi aí que aprendi que a Anitta "é linda de blue jeans" e pouco mais. Mas a Anitta foi tema de conversa ("viste?" - "não, não vi"), e comentários ("que espetáculo!" - "a sério?"; "que horror!" - "não posso!"). E, até, de ensaios elaborados (análises feministas sobre emancipação e empoderamento; análises marxistas sobre luta de classe e a afirmação dos mais pobres). Li algumas coisas com curiosidade, interesse e até divertimento. Só que os divertimentos vinham, sobretudo, de Mozart - que teimou em não sair dos meus auscultadores (tenho um fraquinho pelo 136).
De modo que, se hoje quiserem tecer comentários (mais epidérmicos) ou elaborarensaios (mais aprofundados) sobre a obra de Mozart, terei todo o prazer em lê-los atentamente. E, até, de os acompanhar com uma escuta, atenta, da música de Anitta. Assim, fazia o pleno. [Fotografia: Miguel A. Lopes/EPA/EFE]

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Linda, linda, esta balada...

por Miguel Bastos, em 02.02.22

balada sophie.jpg

O que faz uma jovem jornalista, à porta de um velho pianista? Procura uma boa história, certamente. A história de um velho, que vive encerrado numa mansão. Encerrado numa cabeça, povoada de memórias: alegóricas, difusas, dolorosas. O velho teve uma carreira de sucesso. Mas, para ele, esse sucesso foi sempre plástico, amargo, repugnante. Filipe Melo e Juan Cavia contam-nos a história de um músico e da sua obsessão por outro músico, mais talentoso, a quem terá roubado várias coisas (lembra a relação entre Salieri e Mozart, no "Amadeus" de Peter Shaffer / Miloš Forman). Depois, percebemos melhor a sua história de amor (e desamor) pela música. E, finalmente, percebermos que esta é, afinal, uma história de Amor - em sentido (ainda mais) lato e profundo. É "Linda, linda", esta "Balada para Sophie".

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Jovens, copos e mulheres

por Miguel Bastos, em 13.04.21

Os jovens músicos desperdiçam tempo e talento. Podiam estudar e ser disciplinados. Em vez disso, perdem-se em copos, festas, roupas, mulheres e cançonetas de 4/5 minutos. E depois morrem cedo, vítimas do seu excesso, esquecidos e sem glória. Mozart, por exemplo: só pensava em divertimentos. Enfim...

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Resolução de Ano Novo

por Miguel Bastos, em 03.01.21

Para evitar hipertensão e obesidade, decidi cortar no Salieri. Compensarei com Mozart. Bom ano.

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