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"Ai, a gente já não pode ouvir falar da guerra!" A Dona Madalena leva a mão direita ao coração. Na esquerda, leva o saco das compras. "Só de pensar naquela gente toda a sofrer." Faço que sim, com a cabeça. "Já viu, havia de nos calhar isto, depois da pandemia". Ainda abro a boca para dizer "Depois da pandemia, que é como que diz". Na verdade, os números da Covid estão a subir, só que se fala menos do assunto. E a Síria não está melhor. Nem o Iémen, nem o Afeganistão, nem o norte de Moçambique. A crise climática continua e os plásticos continuam a acumular-se nos oceanos. A fome não acabou em África. É, por isso, que cada Miss Mundo, continua a desejar a paz e a dizer que não gosta da inveja e da mentira. Podia ter dito isto tudo à Dona Madalena, mas o peso que carrega no peito e no saco das compras já me parece demasiado.
Não tenho nada contra livros cor-de-rosa. Tenho é falta de tempo. E tenho livros amarelos. Amarelos e belos.
Cabo Delgado tem estado longe das "gordas" dos jornais, da rádio e da televisão. Este trabalho, do enviado especial da Antena 1, Nuno Amaral, é uma ajuda importante para quebrar um silêncio que incomoda. A rádio - aquela que interessa e que importa - está aqui e agora, sempre; e no fim do mundo, quando é preciso. Ao fim e ao cabo, a rádio está onde deve estar: Cabo Delgado.
Pode ouvir aqui:
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/cabo-delgado-numero-de-deslocados-continua-a-aumentar_a1300813