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Para nós também era uma prova dura. Convencer o pai. Encher a Renault 12, com amigos, comida, bebida e cobertores. Fazer uma direta. Procurar um sítio para estacionar o carro e outro para estacionamo-nos. Ver o sol nascer na serra, enrolados em cobertores. Aquecer à volta de uma fogueira. Cantar “os meninos à volta da fogueira”, a rir e a esfregar as mãos. Ouvir os motores, levantar de repente e ver os carros a passar por nós, a levantar pó, a desaparecer, a serpentear, lá longe, pela serra.
Depois a desilusão de sempre. Vê-se melhor em casa: com câmaras, imagens editadas, repórteres e comentadores. Mas a televisão não tem o cheiro a escape, os “rateres", a emoção. Muito menos os cânticos, as conversas, a chouriça na brasa. E, por isso, voltávamos no ano seguinte
O Rally de Portugal era uma festa. Era a coisa mais parecida com um festival de rock. Só o soube mais tarde, quando a moda dos festivais chegou a Portugal. Voltei a sentir a mesma excitação, a mesma alegria, o mesmo cansaço.
Olhei para a Manuel Azevedo, no palco. Pareceu-me ver a Michèle Mouton.
PS: Lamentavelmente, um incêndio em Ponte de Lima perturbou hoje o Rally de Portugal, mas, pior ainda, a vida das pessoas daquela região.