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Os queridos andam-nos a mudar a casa. Ainda faltam imensas coisas: cortinados, reposteiros, naperones, alcatifas, lustres, etc. Mas, já temos uma mesa nova. E é linda!
"Ai, queridos, estou tão triste. O meu Balsemãozinho vai-nos vender a todos!" A nossa camarada tinha todas as razões para estar triste. O último grande patrão dos media preparava-se, na altura, para vender todas as revistas do grupo Impresa. "Sabe-se lá, para quem é que vamos trabalhar..." Esse era, de facto, um grande problema. E continua a ser. Para o melhor e para o pior, sabia-se de quem eram as revistas. Quem era o "patrão". A quem é que se devia dirigir os elogios. A quem é que se podia fazer críticas, pedir responsabilidades e exigir explicações. Os grandes patrões dos media têm vindo a ser substituídos pela mão invisível do capitalismo financeiro. Sem rosto. Cada vez mais, os jornalistas, essenciais para o escrutínio da democracia, trabalham para organizações que são muito pouco escrutinadas e muito pouco escrutináveis. São fundos, que detêm empresas, que controlam outras empresas, que se dizem donos das empresas de media. O que poderão dizer, atualmente, os jornalistas com a vida em suspenso: "Ai, a minha "comparticipadazinha", com capitais de risco, vai-nos vender a todos" ou "Ai, o meu "offshorezinho" vai-me despedir"?
"A rádio dá a ver. Pode parecer obsceno, mas muitas vezes a rádio consegue dar a ver com maior eficácia, com maior verdade, do que a televisão." Fernando Alves, no Público. Estou a ver a rádio, no jornal.
O líder do PSD responde a uma pergunta. Depois, responde a uma segunda. E, finalmente, responde a uma terceira. Três perguntas feitas, inevitavelmente, por três jornalistas da televisão. Depois, o líder do PSD faz um movimento para trás, em direção ao microfone: "e um bom ano para todos". "Bom ano!", ouço alguém a responder. Reconheço-lhe a voz. É de um camarada da rádio. A rádio: um meio que a generalidade dos políticos teima em ignorar. Mesmo agora, numa altura em que uma delas se está a afundar, perante a estupefação de tantos. Claro que esta é a altura de arregaçar as mangas, pegar num balde e tirar a água do convés. Mas nada nos impede de pensar, como é que chegámos aqui.
Hoje, estacionado na Antena 2. Próxima estação, Antena 3.
- Quem é que escolheu este canal?
- Não sei. Queres que peça para mudar?
- Está bom. Não há paciência para aquelas coisas no parlamento.
- Pois.
- Acham, mesmo, que os portugueses têm paciência para aquilo? Os portugueses querem é saber da economia, do emprego, da educação, da saúde...
- O que é que estás a fazer?
- Vou só espreitar o telefone, porquê?
- Porque deves ser espanhol.
- Não percebi.
- "Os portugueses querem é saber da economia e do emprego..."
Esta série nova - CPI TAP - deve ser boa, porque tem passado em vários canais. Não tenho visto, mas deteto-lhe um defeito. O elenco está a mudar muito. E, isso, dificulta o acompanhamento da história e a ligação aos personagens.