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Hoje, está a ser um dia estranho: ainda não choveu... ainda não saiu ninguém do governo...
- Tempo para hoje: chuva forte e muito vento. A temperatura vai rondar os 38 graus. Prevê-se, ainda, uma grande dor de cabeça.
- O que é que estás a fazer, filho?
- Estou a tentar animar o mano, que está doente.
- E as piadas estão a resultar?
- Acho que não.
- Que pena.
- Deve ser do mau tempo. Ai, que eu não me aguento!
- Não está ninguém na praia.
- Pois não.
- Achas que é por causa do mau tempo?
- Não, é porque estamos em setembro.
- Pois, as pessoas estão fartas de praia.
- Exato. Se fosse agosto, estava cheia.
Hoje, lembrei-me desta canção da Dora - que é fresca que nem uma alface e boa para afastar a depressão. Mas não chega. O tempo está mau: com geada no interior; neve nas terras altas; mar encrespado na orla costeira; chuva e vento fortes, em todo o país. Precisamos, todos, de ter um comportamento responsável e fazer a nossa parte: vestir um casaquinho.
Lorenzo, em português, não é nome de furacão. É nome de beto. Por isso, Lourenço, não vou estar com rodeios: oiça, não seja possidónio e deixe os Açores em paz, tá?!
Depois da tempestade, chega a Bonanza...
Ó Helena, porque é que não vai tratar dessa depressão?
As árvores da minha rua ignoram as previsões do IPMA. Anunciaram, oficialmente, a primavera. Cobriram-se de flores bonitas, pequenas e cor-de-rosa. Parecem amendoeiras em flor, mas não são. Daqui a uns dias, terão folhas avermelhadas. A seguir, nascerão uma espécie de ameixas que, com a chegada do verão, começarão a cair em cima da carros, das casas e dos passeios. E farão com que os sapatos se colem ao chão, que os meninos se sujem, que os velhinhos escorreguem, que os para-brisas não funcionem. Mas isso, não é para já. Agora, a olhar para elas, quem é que quer conjugar verbos no futuro?
Em Portugal, até o tempo é brando. Não temos nevões siberianos, nem secas africanas, nem inundações asiáticas. Não há tsunamis, nem tempestades, nem terramotos. Até nos lembrarmos dos Açores. Os Açores têm tudo: vulcões, sismos, tempestades, ciclones, furacões. Os Açores é um Portugal estrangeiro. Até nisto.
Estive nos Açores, há uns anos. E há uns anos que prometo, a mim próprio, lá voltar. Nas Flores, percebi que o mau tempo está sempre presente, na cabeça dos habitantes. Há sempre gente de olhos postos no mar, à procura dos barcos, que levam e trazem pessoas e as coisas de que as pessoas precisam. Há sempre gente, de olhos postos no ar, à procura dos aviões que os deixam menos sós, no meio do Atlântico. Todos têm animais em casa e a dispensa cheia, porque há dias em que a ilha fica sozinha. E, depois desses dias, há mais dias iguais. Desta vez, as ilhas das Flores e do Corvo, que normalmente estão mais sujeitas ao mau tempo, devem estar fora de perigo.
Hoje, o “Alex” vai aos Açores. Nome simpático para um furacão. Espero que não seja demasiado bruto. Os Açores podem ter pinta de estrangeiro, mas são portugueses. Brandos e encantadores.