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E eis que chega a primavera. Tempo de amor e poesia. Um casal de adolescentes passa por mim: ele, de calções de moletão e camisola de manga cava; ela, de top e minissaia, muito, muito mini. São ultrapassados, por outro jovem, de passo estugado, sapatilhas de corrida e tronco nu. Calma, malta. Eu sei que está bom tempo e que apetece tirar a roupa. Mas, ainda não chegámos: nem à Madeira, nem aos 20 graus, nem ao verão. Aliás, quando chegarmos ao verão vão tirar o quê? O apêndice?
Querida Theresa,
Como eu a compreendo. Uma vez, há muitos anos, liderei um processo parecido com o seu. Foi uma viagem de finalistas. Combinámos o destino e tentámos marcar a viagem numa agência - uma Euro-qualquer coisa, como se usava na altura. Quando tudo parecia decidido, houve quem não gostasse do preço e desistisse. Com essas desistências, a viagem ficou mais cara e outros desistiram a seguir. Tentei outros destinos, o que agradou a uns, mas levou a novas desistências. E os preços voltaram a subir. A última marcação veio com ultimato: "ou isto ou nada". Acabámos, uns poucos resistentes, exilados na Madeira, como o seu compatriota Churchill. Se precisar de mim, disponha. Boa sorte lá com os seus colegas e com a sua euro-agência.
Afinal, o último post era premonitório. Falei num produto para desentupir o nariz, sem saber que, entretanto, o meu se iria encher de mucosidade. E assim, escrever tornou-se uma dor de cabeça.
Não pude escrever sobre a vitória do PSD na Madeira, com maioria absoluta, sem maioria absoluta e com maioria absoluta outra vez. Nem sobre António Costa - presidente da Câmara ou António Costa - ex-presidente da Câmara. Nem sobre António Costa - o indiferente: indiferente, perante o resultado do PS nas eleições regionais da Madeira; indiferente, à candidatura de Henrique Neto às presidenciais.
O mesmo António Costa que, no último acto enquanto presidente da Câmara, andou a passear com um pré-candidato a presidente da República, enquanto dizia que não falava do assunto.
É inevitável, nos próximos meses vamos andar a falar, em simultâneo, de eleições legislativas e presidenciais.