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Patética

por Miguel Bastos, em 21.03.25

JORGE PALMA CESÁRIO COSTA.jpg 

Os Promenade são concertos para toda a família. São de manhã, são comentados, têm uma atmosfera informal e uma componente visual. Tudo para ajudar os mais novos e os menos familiarizados a se aproximarem da chamada música clássica. Este domingo, começa mais uma temporada, com a Sinfonia n.º 6 de Tchaikovsky, conhecida como a Patética. A primeira vez que a ouvi, procurei algo divertido, "apalermado", mas só encontrei uma tristeza profunda e um nó na garganta. Soube, de seguida, que Tchaikovsky morreu 9 dias depois de ter dirigido a sinfonia que anunciava a sua morte. Foi, então, que descobri que, afinal, o pateta era eu.
 
A nova temporada dos Concertos Promenade, num minuto e meio. Para ouvir, aqui:
 
 
(Fotografia: Lara Jacinto)

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Elis faria

por Miguel Bastos, em 17.03.25

ELIS.jpg Elis Regina faria, hoje, 80 anos. Faria, mas não fez. Morreu, muito jovem, em 1982. Tinha 36 anos. Em 74, tinha 28 e já era uma das cantoras mais populares do Brasil. Mas faltava-lhe prestígio. A geração anterior, da bossa nova, questionava-lhe o gosto. A nova geração, do tropicalismo, também. Era recíproco. Elis duvidara do valor da bossa, rejeitara o rock e questionara a introdução de instrumentos elétricos na música popular brasileira.

Daí a surpresa. Quando fez 10 anos de contrato com a PolyGram, a editora perguntou a Elis o que que é que gostaria de receber de presente. A cantora pediu um disco com Tom Jobim e foi para os Estados Unidos, gravar com o mestre. O encontro foi difícil. Os egos chocaram de frente e o disco esteve para não acontecer. Felizmente, aconteceu. E o que começou mal - e tinha tudo para acabar mal - acabou bem. Tão bem, que "Elis e Tom" é uma obra-prima.

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Revisão da matéria DaDa

por Miguel Bastos, em 13.03.25

gnr.jpg 

Os 70 anos de Reininho - e o excelente trabalho de Luís Oliveira, Raquel Morão Lopes, Cláudio Calado, Edgar Barbosa e Rui Fonseca, na Antena 3 - trouxeram-me de volta aqui.
 
Sumário: revisão da matéria DaDa
 
Os GNR entraram cá em casa, por causa do Rui Veloso. O Rui trouxe o Grupo Novo Rock, os UHF, os Táxi e os Heróis do Mar.
 
A nova música dos GNR é esquisita. Têm um cantor novo. É estranho e canta coisas em estrangeiro. Acho que não gosto.
 
O rock português fez boom e desapareceu. Gosto dos Trovante. E do Godinho. E dos outros.
 
Andam, por aí, umas coisas novas. Não sei se gosto. Os "punks" são violentos. Os outros são esquisitos.
 
Os GNR voltaram. O novo disco parece aquela banda nova, os Mler if Dada. O Dunas tem graça. O resto não sei.
 
O novo disco dos GNR, "Psicopátria", é espetacular. É melhor que Xutos. Está ao nível dos Macaus e da Sétima.
 
Os GNR são uma das minhas bandas preferidas. Nunca irão encher estádios, nem precisam. Isso é coisa de Bon Jovis.
 
"Os homens não se querem bonitos" é uma obra-prima. Não me tinha apercebido. O "Sete naves" é fado ou flamenco?
 
Acabo de ouvir "Defeitos Especiais". Não conhecida. Tem gabardines: umas pretas, outras cor-de-rosa. Bom, muito bom.
 
Os GNR ainda vão fazer concertos com os Talking Heads. São parecidos. A CEE vai adorar. O Bowie também.

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Confiança

por Miguel Bastos, em 11.03.25
 

- Não tens confiança em mim?
- Já te disse que não.
- Não percebo. Afinal, porque me censuras tu?
- Eu não te censuro.
- Não?
- Não. E até sou contra quem te censura.
Isto é, apenas, um primeiro esboço de uma novela que eu estou a pensar escrever. Gostava que se chamasse “Confia em mim” e que tivesse música de José Alberto Reis.

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Festival do compromisso

por Miguel Bastos, em 09.03.25

Os portugueses não existem. É uma das conclusões a tirar do Festival da Canção. Existem uns, existem outros, e existe a combinação de uns com os outros.

Ontem, apresentaram-se a concurso doze propostas artísticas muito diferentes. A canção que tinha concluído a votação do júri com zero pontos recebeu 12 pontos do público. A canção mais votada pelo júri não foi a canção que venceu. Houve empate entre duas canções e, em caso de empate, ganha a canção mais votada pelo público. Num mundo cada vez mais polarizado, ganhou a canção que fez o melhor compromisso. Interessante.

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Rui Reininho

por Miguel Bastos, em 07.03.25

reizinho.jpg 

O Reizinho fez 70 anos e a 3 decidiu pintar o 7, que à dezena é mais barato.

Pensei que fosse rádio, mas, afinal, é um "pod moderno", com hétero citações para ouvir "em câmara lenta como na TV". E é tão bom que mais parece cinema, que o Reizinho estudou, mas não travou.

Parabéns a vocês: Luís Oliveira, Raquel Morão Lopes, Cláudio Calado, Edgar Barbosa, Rui Fonseca.

Uma salva de palmas.

Para ouvir, aqui:

https://www.rtp.pt/play/p14637/e833153/homem-temporariamente-so

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Cachopa

por Miguel Bastos, em 20.02.25

IMG_1736.jpeg Canto-lhe Sérgio Godinho ao ouvido, enquanto o chocolate se derrete na minha boca: "A minha cachopa sabe a chocolate". E traz-me chocolate, a cachopa: da Bélgica, sobretudo. E foi da Bélgica que a minha cachopa me trouxe esta cantora, que, até há poucos dias, desconhecia. Angèle tem cara de anjo e voz de chocolate. Volto à canção de Godinho: "Falta ao respeito com uma gargalhada / Fala de nada / E tudo / Deixa-me embasbacado e mudo". De que fala, então, Angèle? Do que os outros falam: "Eles falam como animais / Falam mal de todas as mulheres". E, depois, lamenta: "É, eu não vou passar na rádio". E promete: "Serei educada para a TV".  E admite: "As minhas palavras não são amáveis". E atira: "Vai-te f… hum-hum-hum-hum". E isto, logo na canção de entrada ("Balance Ton Quoi"), enquanto nos engana com a sua cara de anjo e voz de chocolate, e nos faz dançar com acordes gentis e ritmos contagiantes. Fiquei "mudo", cachopa. Cachopas.

Para ouvir, aqui:
 

 

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José Malhoa

por Miguel Bastos, em 29.01.25

jose malhoa.jpg 

- José Malhoa?! Há um museu José Malhoa, em Portugal?
- Há. E é muito interessante.
- Deve ser, deve.
- Um dia destes, vamos lá.
- Credo! Mais depressa ia ao Museu do Toy!

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Dona Simone

por Miguel Bastos, em 27.01.25

 simone.jpg

"Às vezes perguntam-me: 'Sô Dona Simone, quer um chazinho?' E eu respondo: 'Para ser franca, apetecia-me mais um whiskey, com duas pedras de gelo, e um cigarro'". É por causa de histórias como esta, contadas pela própria, que tanta gente se apaixona por Simone de Oliveira. A Simone da televisão, das revistas, das entrevistas. A Simone da "Desfolhada", do festival, do vestido verde. A Simone do "quem faz um filho, fá-lo por gosto". A Simone que abandonou o primeiro marido e foi mãe solteira e namorada do Henrique Mendes e viúva do Varela. A Simone que perdeu a voz. A Simone atriz: no palco, na televisão, na vida. A Simone maior do que a vida. E com tudo isso, muitas vezes esquecemo-nos que Simone, antes de tudo, é cantora. E não é só da "Desfolhada".
 
Em 2013, um grupo de músicos - ainda jovens, mas já experientes - resolveu fazer um disco para Simone, com Simone. Um disco novo, com sabor "vintage". Um disco como deve ser: com uma produção rigorosa, orquestrações sumptuosas e arranjos sofisticados. "Pedaços de mim" tem a participação de dezenas de músicos: bateria, baixo, piano, guitarra, acordeão, vibrafone, percussão, harpa, oboés, fagotes, clarinetes, trompas, trombones, trompetes, tuba, saxofones, violinos, violas, violoncelos, contrabaixos. É um disco para Simone brilhar. E Simone brilhou, uma vez mais. Por vezes, fica a sensação de que as canções nem sempre acompanham a ambição da obra. Mas, em todo o caso, é um disco maravilhoso. E Simone está lá, de corpo e alma. E, sim, é cantora: antes de tudo. Depois de tudo, também.

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Fraquinho

por Miguel Bastos, em 17.01.25

IMG_1388.jpegA minha firma pediu-me para começar a trabalhar de manhã cedo. Aquele "manhã cedo" que nada tem de "manhã clara", porque começa na noite escura. A "Rainha da Noite" ajudou-me a acordar, no disco que Natalie Dessay dedica às heroínas de Mozart. Apercebo-me, entretanto, que o meu carro está todo "girl power". Quanto a mim, estou sem energia nenhuma. Fraquinho, fraquinho…

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