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“O que na política é impensável, no futebol é o normal”, escreve Luís Osório no i.
O futebol é muitas coisas: é desporto, é competição, é espetáculo, é negócio, é poder. É é difícil encontrar jornalistas com capacidade para falar, com a mesma profundidade, sobre todos estes assuntos.
Acrescenta o diretor interino do i (e futuro diretor executivo do Sol): “No futebol, quando um jornalista faz uma pergunta mais agressiva (…), corre o risco de ser destratado e poucos ou nenhuns se questionam quando isso acontece.” É verdade. Basta pensar no que é que aconteceria se um partido, um grupo parlamentar ou um governo entrasse em “blackout”.
Um dos problemas que o jornalismo tem com o futebol é um excesso de identificação entre o observador e o objecto. Muitos jornalistas de futebol falam a mesma língua, vestem-se da mesma forma que os jogadores. Não há distanciamento (algo que também se passa com os jornalistas de economia).
Será que isto explica que a corrupção no futebol não seja devidamente escrutinada, pelos jornalistas? Talvez não explique, mas ajuda.