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Empregado do dia

por Miguel Bastos, em 22.01.24

Momento empregado de mesa do dia.
- Bom dia!
- Bom dia! Como é que que se chama?
- Lia.
- Lia?
- Sim.
- Porquê, já não lê?

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Spoiling

por Miguel Bastos, em 22.11.23

loura.jpg 

- Eu não quero fazer fazer "spoiling", mas podes-nos contar mais um bocadinho da história? - perguntou a jovem entrevistadora.
- Bem, - respondeu a jovem atriz - penso que muita gente já conhece a história...
- Ai, sim?!
- Sim, afinal baseia-se num conto de Eça de Queirós.
- Ahh, não tinha realizado.

"Pois não", pensei eu com os meus botões, "por isso é que o Manoel de Oliveira resolveu arriscar".
Já agora, uma das melhores formas de evitar o "spoiling" é apostar no "reading". Estão a realizar? 

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Estar morto

por Miguel Bastos, em 29.08.23

collins.jpeg

"It's The Who, man!", escreve Phil Collins, a dada altura. Se eles o tivessem convidado para abandonar os Genesis, para se tornar o baterista da banda, ele tê-lo-ia feito. Nessa altura, Phil Collins estava quase no auge da popularidade, com os Genesis quase a conquistar o mundo e Phil quase a arrancar com a sua carreira a solo.
 
Em "Not dead yet", o comportamento de Phil Collins alterna entre a estrela consagrada e o fã dedicado. Viaja de limousine e de jato privado, anda de iate, priva com as celebridades, presta vassalagem à família real britânica, mas, ao mesmo tempo, admite que deixaria tudo, para substituir Keith Moon, nos The Who, e deixa a entender que faria o mesmo, para substituir John Bonham, nos Led Zeppelin. Phil vive anos e anos atormentado por não ter aparecido no disco de estreia de George Harrison, apesar de ter colaborado nas gravações. E adora tocar com Eric Clapton, um herói da sua juventude, que, entretanto, se tinha transformado em vizinho de casa e de bar.
 
Phil foi uma das maiores estrelas do mundo, usufruiu dos benefícios de ser uma das maiores estrelas do mundo, mas, mesmo assim, procurou sempre o reconhecimento dos seus pares: fossem eles Eric Clapton ou Robert Plant. E lamenta nunca ter tido o reconhecimento que a imprensa deu, por exemplo, ao seu amigo Peter Gabriel - a quem dirige sempre palavras amáveis.
 
"Not dead yet" ajuda-nos a perceber que Phil teve uma vida musical antes dos Genesis, e a perceber melhor as opções musicais que foi tomando, durante e depois dos Genesis.

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Esquecimento

por Miguel Bastos, em 20.07.23

20230719_180326.jpg 

Quando um escritor morre, tendemos a voltar à sua obra. A pensar nela e no seu autor. Faz parte de um certo processo de luto. No caso de Milan Kundera, quase toda a gente se lembrou de "A insustentável leveza do ser". Eu também. Acrescentei "A Valsa do Adeus", "A Imortalidade" e "Livro do Riso e do Esquecimento". Detive-me na palavra "esquecimento". Constatei que, para além dos títulos, não me lembrava dos livros de Kundera. Esquecimento. Abri, por acaso, "A Imortalidade".
 
"Estou na cama, mergulhado na doçura de um semi-sono. Às seis horas, depois de um primeiro e leve despertar, estendo a mão para o pequeno transístor poisado perto da minha almofada e carrego no botão. Ouço as notícias da manhã, quase a distinguir as palavras, e adormeço de novo, enquanto as frases que ouço se vão transformando em sonhos. É a fase mais bela do sono, o momento mais delicioso do dia: graças à rádio, saboreio os meus perpétuos despertares e adormecimentos, essa oscilação entre a vigília e o sono, esse movimento que por si só me livra do desgosto de ter nascido."
    
Com que então, rádio?! Como é que não me lembrava? Não sei. Avanço n' "A Imortalidade" e percebo que a rádio veio para ficar no romance. Eu também. Experimento "despertares e adormecimentos" em diferentes camas, sabendo que, daqui, não saio tão cedo.
 

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Jaze, esse país

por Miguel Bastos, em 31.03.23

jose duarte.jpg 

Olhem que coisa mais linda, mais cheia de graça, que acabo de ler:

"Não moro na terra do jaze, esse país que tu nos contas, onde as coisas ouvidas não se complicam, são o que som."

José Mário Branco, em 1981, no livro "João na Terra do Jaze", de José Duarte.

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Comer poesia

por Miguel Bastos, em 01.03.23

natalia.jpg 

- Sabes, pai, o livro novo que me deram?
- Sim...
- Já o mamei todo!
- Disseste "mamei"?!
- Oh, pai, é uma maneira de dizer!
Percebeu, Natália?
"A poesia é para comer".
A banda desenhada "é para mamar"!

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Só livros!

por Miguel Bastos, em 17.02.23

livros.jpg 

- Só livros, só livros!
- E é mau, Fátima?
- É que não tem nada de jeito!
- Tem que ver com mais atenção.
- Ah, agora sim. Tem aqui uma varinha mágica... olha relógios!
- Pois, mas isso não é para vender.
- Como assim?
- Eles dão essas coisas, a quem traz novos sócios.
- Pois, os sócios. Isto é por causa da minha mãe, que não quer deixar de ser sócia.
- Faz bem. Quando tempo é que ela vai ficar em França?
- Ainda não sabe. E eu é que tenho de andar a ver estas coisas.
- De certeza que vai encontrar um livro que goste, Fátima.
- Eu não gosto de livros. E, isto, é só livros!
- Já reparou no nome da revista? "Círculo de Leitores".
- Pois, e não tem nada de jeito.
- Só livros. Não é, Fátima?
- É, e eu que me amanhe!

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Vozes da rádio

por Miguel Bastos, em 16.02.23

jorge afonso.jpg 

 - Boa leitura, boa voz... Tem um belo timbre, sabia?
 - Obrigado.
 - Tem, apenas, um pequeno problema com as sibilantes.
 - Eu sei.
 - Já pensou em usar aparelho?  
O Marcos sorriu. O Marcos tem vários talentos. Sorrir é um deles.
 - Já percebi que está a tratar do assunto.
A professora continuou a serpentear pela sala, de ouvidos atentos. E foi fazendo reparos: "tem que melhorar a leitura", "tem que melhorar a articulação", "vamos ter que trabalhar o diafragma", "ai, essa voz de cabeça!", "precisa de respirar", "devia fumar menos". 
 - O Miguel não fuma.
 - Por acaso, fumo.
 - Mas não tem voz de fumador. Fuma muito?
 - 3 / 4 cigarros por dia.
 - O ideal era deixar de fumar. Mas, se conseguir manter essa média, não é grave.
Para além de ser toda ouvidos, a Maria Júlia tem uma bela voz. Continua a ter. Esta semana, conversou com o Jorge Afonso: sobre a voz, sobre a rádio, sobre a vida. Uma conversa "em forma de assim", com o Jorge a chamar "chefe" à minha professora.
 
https://www.rtp.pt/play/p10960/e672428/uma-noite-em-forma-de-assim

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Leitura em Voz Alta

por Miguel Bastos, em 01.02.23

antena 3.jpg 

Hoje, celebro o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, na Antena 3 (com a RDP África, ali ao fundo).

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Uma casa para Eugénio 2

por Miguel Bastos, em 22.01.23

 arnaldo saraiva.jpg

Durante vários anos, os amigos procuraram uma casa para o poeta, no Porto. E encontraram uma casa, na Foz, que foi, também, a sede da Fundação.
 
A morte do poeta, há quase 20 anos, fez extinguir a Fundação e o espólio de Eugénio de Andrade deixou de ter casa.
 
"Uma casa para Eugénio" é uma reportagem do jornalista Miguel Bastos, com sonoplastia de Rui Fonseca.
 
Para ouvir: clique na imagem ou no link.

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/uma-casa-para-eugenio_a1461353

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