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É claro que não está em causa a liberdade de cada cidadão. Apenas não se pode fumar nem dentro, nem à porta, nem ao ar livre. De resto, pode-se fumar onde se quiser. Mas, tudo isto é transitório, porque vamos criar uma geração sem tabaco, até 2040. As experiências estão a correr bem. Estamos só a acabar os laboratórios.
E eis que a lei Bosman chega à política. Manuel Valls - antigo primeiro-ministro francês - é candidato à Câmara de Barcelona. A lei Bosman, recorde-se, reconheceu que os futebolistas são trabalhadores comunitários E, assim sendo, tinham liberdade de circulação dentro do espaço europeu. Valls, que é também um trabalhador europeu, é contra a independência da Catalunha: um europeu, contra o nacionalismo. Se circula bem a bola, não sei. Mas aconselhava-lhe um bom empresário.
"Como se chama o jornal oficial do Estado onde são publicadas as normas legislativas do pais?" Foi pergunta do sabichão, esta manhã, na Antena 1.
"Não sei", responde o mais novo.
"É o diário..." , diz a ajuda de casa.
"...de um Banana", reponde o mais novo, a sorrir.
E é isto, malta do Zig-Zag...
Não está em causa se faz mal ou não. Faz. Se faz muito ou pouco. Faz muito. Fumar faz mal. E incomoda, sobretudo quem não fuma. E os fumadores não são gente muito defensável: põem beatas para o chão, atiram piriscas pela janela, etc. Mas também se deitam pastilhas elásticas, e papéis, e latas de refrigerantes, e nada disto está proibido. Nem deve estar.
Depois de proibir fumar dentro dos locais, o governo quer proibir que se fume à porta dos locais. Nada disto surpreende. Há, claramente, uma intensão de punir os fumadores. E isso é intolerável, mas não é surpreende. Quando dizia a colegas meus que o caminho era este, as pessoas achavam que estava a exagerar. Não estava. Porque isto já se tinha passado noutros países. Era uma questão de tempo. Passou-se da possibilidade de poder fumar dentro da maternidade (um disparate, evidentemente), para o “só se pode fumar a não sei quantos metros da maternidade”. E isto, por enquanto. Porque o objetivo é ir mais longe. Sempre.
Agora que já bateram que chegue nos fumadores, podem avançar para os gordos, os feios, os caixas de óculos, os diabéticos. E depois voltem. Há sempre mais qualquer coisinha que ficou por proibir… e denegrir. Não gosto desta cultura. Mete medo.
Acho que o célebre dueto Ivone Silva/Camilo de Oliveira não passaria hoje na televisão. Duas vedetas da comédia, bêbadas, a cantar “Que rico vinho” e “Vai uma pinguinha?”, seria visto como um mau exemplo. Ainda por cima, na televisão do Estado.
Vem isto a propósito da intenção do governo proibir a venda de álcool a menores de 18 anos. Pretende-se acabar com a distinção entre cerveja e vinho e bebidas destiladas. Dizia um senhor que era igual beber dois “shots" de vodca ou uma garrafa de vinho. O resultado é uma bebedeira. Porque é que não comparou uma garrafa de vinho com uma garrafa de vodca?
Também ouvi referências à Europa. Desculpem, um dos problema que temos é uma aproximação dos jovens portugueses ao tipo de consumo europeu, que varia entre a abstinência e a bebedeira de caixão à cova.
Falou-se da importância dos pais. Bem, eu comecei a beber vinho com o meu pai.
A primeira vez que fui jantar fora com a minha namorada tinha 17 anos. Comemos sopa e peixe grelhado. Bebemos vinho branco. Preparam-se, agora, para criminalizar esse acto hediondo.
“Está tudo grosso, está tudo grosso.”