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O novo filme de Spielberg, "The Post", passa-se na era Nixon. Mas, é inevitável vê-lo como uma reacção à era Trump. Não é, no entanto, um filme dos bons contra os maus. É melhor que isso. A história anda à volta de uma investigação, governamental, sobre o Vietname. Fica-se a saber que, afinal, a guerra do Vietname era uma história mal contada. Aliás, era uma história não contada. Porquê? Porque os presidentes anteriores (Kennedy e Johnson) eram do grupo dos bons. O grupo que os jornais gostavam. Com quem tinham cumplicidade. Eram farinha do mesmo saco. Um saco onde estava, desde logo, o Washington Post.
Os protagonistas são a dona do jornal (Meryl Streep) e o diretor (Tom Hanks). São eles que vão ter que colocar em causa a sobrevivência do jornal, em nome da liberdade da imprensa. Mas, tão ou mais importante, vão ter que se colocar em causa.
Nesse sentido, "The Post" é um filme sobre a perda da ingenuidade. Um postal de uma época e do que restou dela.
Está confirmado. Os Estados Unidos vão ter mais um Bush a candidatar-se à presidência. Jeb parece um nome plebeu (resulta das iniciais de John Ellis Bush), mas tem linhagem: é filho de Bush I e irmão de Bush II. Os Estados Unidos - nação jovem, fresca e republicana - estão cada vez mais parecidos com as monarquias. Como a Frente Nacional, em França. Ou com as novelas da TVI, em Portugal. As sondagens dão boas hipóteses do novo Bush ser presidente. Claro que, primeiro tem que ganhar o Partido Republicano. E, depois, tem que ganhar a Hillary.
Hillary, que tem o sobrenome Clinton, já foi Primeira-dama e já tinha sido candidata. Perdeu para Obama, para quem trabalhou, depois, como Secretária de Estado. Fez o primeiro mandato e, depois, saiu para ser candidata.
Obama - que era visto como uma nova voz para a América e para o mundo - arrisca-se, assim, a ser uma espécie de interregno da onda monárquica, que invadiu a política americana. Claro que, antes, já existiam os Kennedy - que tinham mais chame e graça. Mas têm um problema: morrem muito.
De modo que a escolha pode vir a ser entre o Jeb e Hillary. Entre Bush e Estica.