Morreu Seiji Ozawa. O maestro japonês tinha 88 anos. Estudou com Herbert von Karajan, em Berlim; foi assistente de Leonard Bernstein, em Nova Iorque; dirigiu algumas das maiores orquestras do mundo, pelo mundo.
Esta tarde, na Antena 2, recordei a cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno do Japão, em 1998. Primeiro, começou por dirigir o coro e a orquestra, no palco. Depois, apercebemo-nos que havia milhares de cantores, nas bancadas do estádio. Finalmente, juntaram-se vários coros, espalhados pelo mundo: na Ópera de Sydney; na Porta de Brandemburgo, em Berlim ou na Sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Foram milhares de vozes, a cantar Beethoven. E milhões de olhos, a acompanhar Seiji Ozawa, de ouvido.
A melodia é do "Hino à Alegria" que Beethoven, compôs, em 1823. O Pedro cantou a melodia, em 1982, três anos antes da União Europeia a ter adotado como hino. A Europa retirou as palavras de Schiller e "utiliza a linguagem universal da música", num arranjo do maestro Karajan. Apesar da letra parecer complicada, porque é em alemão e fala de deuses gregos, tem uma mensagem muito simples: "Todos os homens devem ser irmãos". Uma mensagem de paz, em dias de guerra, no Dia da Europa.