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Trabalhos manuais

por Miguel Bastos, em 01.07.24

escrito à mão.jpg

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Alegria da pobreza

por Miguel Bastos, em 18.04.24

germano 2.JPG 

"Nem a alegria da pobreza", nem a elegia da riqueza. Germano Silva - o decano dos jornalistas - apresentou-se no programa "Primeira pessoa", de gola alta. Quando era criança, Germano queria ter uma camisola de gola alta. Pedia uma camisola de gola alta, ao menino Jesus. Mas, o menino Jesus nunca lhe trouxe uma camisola de gola alta. Germano achava que talvez fosse porque ele vivia numa casa muito, muito pobre. Não há alegria na pobreza. Pior, há um sentimento de culpa, que é triste. Muito triste. Porque os pobres - que já não bastava serem pobres - ainda tinham de pedir desculpa, por serem pobres, e carregar a culpa de serem pobres. Depois de ter sido várias coisas, Germano tornou-se jornalista e deixou de ser pobre, sem passar a ser rico. Germano tem dinheiro, para uma camisola de gola alta. "Agora tenho", diz ele, a atirar um sorriso à Fátima Campos Ferreira. Ao mesmo tempo, fala de "memórias gratificantes" da sua infância, pobre, em várias ilhas do Porto. Estive a rever o programa (que maravilha!). Fiquei mais rico.

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É o bicho

por Miguel Bastos, em 27.02.24

vamos a votos.jpg 

O coelho, o lobo mau e os pássaros do sul. A campanha está na rua. E está na rádio. "É o bicho!", dizem, "É o bicho!" Para devorar, aqui.

https://www.rtp.pt/play/p12841/e750985/vamos-a-votos

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Pagar jornais

por Miguel Bastos, em 05.02.24

20240205_113737.jpgDe facto, estar de folga é muito desagradável. Ter de pagar para ler o jornal, num local desinteressante, que serve café mediano e pastéis de qualidade muito questionável. Enfim...

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Offshorezinho

por Miguel Bastos, em 08.01.24

"Ai, queridos, estou tão triste. O meu Balsemãozinho vai-nos vender a todos!" A nossa camarada tinha todas as razões para estar triste. O último grande patrão dos media preparava-se, na altura, para vender todas as revistas do grupo Impresa. "Sabe-se lá, para quem é que vamos trabalhar..." Esse era, de facto, um grande problema. E continua a ser. Para o melhor e para o pior, sabia-se de quem eram as revistas. Quem era o "patrão". A quem é que se devia dirigir os elogios. A quem é que se podia fazer críticas, pedir responsabilidades e exigir explicações. Os grandes patrões dos media têm vindo a ser substituídos pela mão invisível do capitalismo financeiro. Sem rosto. Cada vez mais, os jornalistas, essenciais para o escrutínio da democracia, trabalham para organizações que são muito pouco escrutinadas e muito pouco escrutináveis. São fundos, que detêm empresas, que controlam outras empresas, que se dizem donos das empresas de media. O que poderão dizer, atualmente, os jornalistas com a vida em suspenso: "Ai, a minha "comparticipadazinha", com capitais de risco, vai-nos vender a todos" ou "Ai, o meu "offshorezinho" vai-me despedir"?

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TSF

por Miguel Bastos, em 02.01.24

Não sou da TSF. Nunca fui. Mas quis ser. E tentei. Depois de uns telefonemas, fui recebido por um jornalista, da velha guarda: afável, bonacheirão. "Portanto, gostavas de vir para cá trabalhar?", perguntou-me. "Sim", respondi "gostava muito". "Ouvi umas coisas tuas, vi o teu CV, mas temos um problema". "Ai, sim?", disse eu, a adivinhar a resposta. "É que nós não estamos a admitir pessoas, estamos a despedi-las". E, mais à frente, "Gostava de te dizer que isto é uma fase, mas acho que não é. Estes gajos não vão descansar, enquanto não acabarem com esta mer... Desculpa, não te devia estar a dizer estas coisas. És jovem, tens sonhos e tal... " Foi há mais de 20 anos. Tem sido assim, há mais de 20 anos, a pensar que "pior é impossível". Infelizmente, não é. É sempre possível. Só não é surpresa. Devia ser, mas não é.

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Rádio Titanic

por Miguel Bastos, em 30.12.23

O líder do PSD responde a uma pergunta. Depois, responde a uma segunda. E, finalmente, responde a uma terceira. Três perguntas feitas, inevitavelmente, por três jornalistas da televisão. Depois, o líder do PSD faz um movimento para trás, em direção ao microfone: "e um bom ano para todos". "Bom ano!", ouço alguém a responder. Reconheço-lhe a voz. É de um camarada da rádio. A rádio: um meio que a generalidade dos políticos teima em ignorar. Mesmo agora, numa altura em que uma delas se está a afundar, perante a estupefação de tantos. Claro que esta é a altura de arregaçar as mangas, pegar num balde e tirar a água do convés. Mas nada nos impede de pensar, como é que chegámos aqui.

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Acidente de rádio

por Miguel Bastos, em 16.11.23

onda curta.jpg 

Depois de um chorrilho de insultos, ainda ouvi as palavras "traidores" e "corruptos", já em "fade", com a voz do moderador (será que moderou?) a sobrepor-se, para anunciar o fim do debate. Fique aliviado por ter chegado no fim. Mas, eis que, depois de um "jingle" de estação e um bloco publicitário, anuncia-se um espaço de opinião. Entra uma batida "hip-hop" e uma voz coloquial pergunta "o que é que nos trazes hoje?" e o "opinador" começa a desenrolar um discurso contra o oportunismo, o socialismo, o chavismo, e volto a ouvir as palavras "traição" e "corrupção" e um locutor / jornalista a anunciar que "vale a pena ouvir as pessoas na rua" e ouvem-se palavras de ordem (ou serão de desordem?) e regressa a conversa informal com o "opinador" que traz mais acusações ao som de batidas "hip-hop". E, depois, novos "jingles", e "spots" e, agora, "a história de uma mulher que foi morta, assassinada, à porta de casa". E segue-se uma descrição pormenorizada, com um "jornalista criminal" ao telefone: a senhora teria mais de 60 anos e uma relação sentimental com o assassino, e estaria a recuperar de uma operação, e o agressor encostou-lhe uma arma na nuca, e ele descreve a arma do agressor, e o local onde a bala terá entrado, e como o sangue escorreu sobre os corpos dos dois. "Que horror!", exclama o locutor / jornalista. E a rádio, dinâmica, passa para outros sons das manifestações, intercaladas com vozes que me parecem ser de políticos (em assembleia, em entrevistas, em comícios), e palavras de ordem ("crime", "justiça", "corrupção", "política") - desta vez na voz colocada de um locutor. E, depois, entra mais um "opinador" que resolveu falar diretamente para mim "Escuta, se tu queres...". Mas eu - esperto - desliguei-lhe o rádio na cara.
 
Chego a casa, depois de uma passagem, não programada, pela Onda Curta - há muito abandonada em Portugal. E, ainda, não estou em mim.

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Jornalismo e jornalistas

por Miguel Bastos, em 10.10.23

ostras.jpg 

O livro "4 3 2 1", de Paul Auster, está cheio de referências ao jornalismo e aos jornalistas.
 
"Ser jornalista significava que nunca podíamos ser a pessoa que atirava pela janela o tijolo que começava a revolução. Podíamos ver o homem a atirar o tijolo, podíamos tentar perceber porque é que ele tinha atirado o tijolo, podíamos explicar aos outros a importância do tijolo no início da revolução, mas nós próprios nunca podíamos atirar o tijolo ou mesmo fazer parte da multidão que incitava o homem a atirá-lo. Por temperamento, Ferguson não era uma pessoa inclinada a atirar tijolos. Era, esperava ele, uma pessoa mais ou menos razoável, mas as agitações daquele tempo eram tais que os motivos para não atirar tijolos começavam a parecer cada vez menos razoáveis, e quando finalmente chegasse o momento de atirar o primeiro, a simpatia de Ferguson estaria com o tijolo e não com a janela."

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Rádio gaiteira

por Miguel Bastos, em 28.09.23

Esta manhã, fez uma chamada para a corresponde em Londres.
A seguir, passou este "London Calling".
Só para chamar a atenção. Está toda gaiteira, a minha rádio.

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