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No armazém, ao pé da minha casa, estavam pendurados 3 cartazes da AD, emoldurados como se fossem retratos a óleo: num, estava o Sá Carneiro; no outro, o Freitas do Amaral; no terceiro, um senhor mais velho. Na telenovela da noite, um dos protagonistas era jovem, tinha uma namorada bonita e era arquiteto paisagista. Na primeira excursão a Lisboa fomos à Gulbenkian: adorei (tanto) os jardins, que nem entrei no museu. Só mais tarde é que comecei a unir as coisas. Gonçalo Ribeiro Telles era, de facto, mais velho do que os outros, mas não era um velhinho. Os jardins da Gulbenkian dificultavam a entrada no Museu porque eram demasiado belos (acreditam que só à terceira tentativa é que resolvi entrar no CAM?). Ser arquiteto paisagista só é uma profissão jovem e moderna, por causa de pessoas como Gonçalo Ribeiro Telles, que criou um oásis de modernidade, no inverno salazarista. É por isso que, apesar de morrer aos 98 anos, ficamos com a sensação que foi demasiado cedo. Por isso, e, também, porque Portugal teima em chegar demasiado tarde. [Foto: Alfredo Cunha]
Quando nos falha tudo... temos Gonçalo Ribeiro Telles. Nesta entrevista dá cabo de uma série de ideias feitas: a de que é preciso limpar os terrenos, por exemplo. Que pena que não o ouçam. Que pena que, apesar de ter estado no poder, nunca tenha tido poder efetivo...http://visao.sapo.pt/actualidade/portugal/2017-06-20-Goncalo-Ribeiro-Telles-Esta-entrevista-tem-14-anos-mas-podia-ter-sido-dada-hoje