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Estive, aqui, a ver as vossas fotografias de Páscoa. Sim, senhor. Pelo que percebi, gostam - mesmo - desta época. E não é assim-assim. Quando muito, assim-assado. Mas, sobretudo, assado.
Mais cedo ou mais tarde, serei um ex-jornalista ou um antigo jornalista. A ideia incomoda-me, porque acabo de passar pela página "online" de um ex-jornalista que "virou" assessor. Atualmente, o "ex-as-duas-coisas" julga-se portador de um grande conhecimento e autoridade e dedica-se à critica da ambas as artes, com uma ou outra incursão na gastronomia. Critica a falta de cultura dos jornalistas, o populismo dos media populares ou a falta de qualidade dos media de referência. Ao mesmo tempo, gosta de lembrar que foi jornalista. Está, portanto, a falar de colegas. E colegas, no jornalismo, tem uma conotação específica. Depois, escreve, com altivez, sobre política local ou nacional; sobre políticos portugueses que assumiram cargos internacionais; sobre instituições pública da saúde ou da justiça; sobre as grandes empresas com origem ou forte participação do Estado. Vai tudo varrido a incompetência, ignorância, impreparação e desonestidade. Ele sabe do que fala, porque trabalhou na política. Com políticos que lhe financiaram as convicções liberais, com dinheiros públicos.
Da minha parte, estou esclarecido acerca da sua visão "aprofundada" sobre o jornalismo e a política. Sobre gastronomia, basta-me um provérbio: "Com papas e bolos se enganam os tolos".
Esta manhã, fui ao estendal buscar uma máscara. Como muita gente passou o confinamento à lareira, cheirava a fumeiro. Acho que vou passar o dia a pensar em chouriça com grelos. Pensem nisto, senhores empreendedores: podem vender máscaras com aroma a enchidos. São saborosas e não fazem mal ao colesterol. Podem, até, vender aos pares. A outra deverá ter aroma a vinho tinto. Não precisam de agradecer.