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- Não está ninguém na praia.
- Pois não.
- Achas que é por causa do mau tempo?
- Não, é porque estamos em setembro.
- Pois, as pessoas estão fartas de praia.
- Exato. Se fosse agosto, estava cheia.
Por vezes, o amor chega de mansinho. Outras vezes, chega como um furacão. E pode, até, chegar das duas formas, ao mesmo tempo - como nesta canção, de Neil Young. Numa altura em que andamos deficitários de coisas bonitas, o Pedro Ferreira anda a criar e a distribuir coisas que valem (mesmo) a pena. Da Suécia, com amor: Tilde.
Em Portugal, até o tempo é brando. Não temos nevões siberianos, nem secas africanas, nem inundações asiáticas. Não há tsunamis, nem tempestades, nem terramotos. Até nos lembrarmos dos Açores. Os Açores têm tudo: vulcões, sismos, tempestades, ciclones, furacões. Os Açores é um Portugal estrangeiro. Até nisto.
Estive nos Açores, há uns anos. E há uns anos que prometo, a mim próprio, lá voltar. Nas Flores, percebi que o mau tempo está sempre presente, na cabeça dos habitantes. Há sempre gente de olhos postos no mar, à procura dos barcos, que levam e trazem pessoas e as coisas de que as pessoas precisam. Há sempre gente, de olhos postos no ar, à procura dos aviões que os deixam menos sós, no meio do Atlântico. Todos têm animais em casa e a dispensa cheia, porque há dias em que a ilha fica sozinha. E, depois desses dias, há mais dias iguais. Desta vez, as ilhas das Flores e do Corvo, que normalmente estão mais sujeitas ao mau tempo, devem estar fora de perigo.
Hoje, o “Alex” vai aos Açores. Nome simpático para um furacão. Espero que não seja demasiado bruto. Os Açores podem ter pinta de estrangeiro, mas são portugueses. Brandos e encantadores.