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Federação de Futebol

por Miguel Bastos, em 02.02.24

fff.jpg 

- Porque é que tens um disco da Federação Francesa de Futebol?
- Como?!
- Diz, aqui, "FFF".
- Ah, mas isso quer dizer "Federação Francesa de Funk".
- E isso é o quê?
- Uma banda francesa, de música funk.
- Que eu nem conheço....
- Põe a tocar e ficas a conhecer.
- Não achas estranho tu conheceres uma banda francesa, que eu não conheço?
- Não.
- Os portugueses conhecem música que nós, os franceses, não conhecemos.
- Descansa, não são os "portugueses". Sou só eu.
 
Para ouvir, aqui:
 

F.F.F. - Marco (Clip officiel)

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Paris, sempre

por Miguel Bastos, em 14.03.23

paris.jfif 

Gosto muito destes dois vizinhos: tão diferentes, tão iguais. Comecemos pelas capas. Parecem daqueles discos baratinhos, que se vendiam nas margens do Sena, a turistas apressados, na cidade dos clichés: "a cidade luz", "a capital do amor". "Ah, Paris!"; "Ah, o Arco do Triunfo!"; "Oh, a Torre Eiffel!". Na realidade, o disco original de Michel Legrand chama-se "I Love Paris" e não tem esta capa. Começa com o tema-título, o clássico de Cole Porter, e equilibra-se, ao longo do disco, entre visões "de fora" e "de dentro" sobre Paris. Os compositores vão de Jerome Kern a Offenbach. As orquestrações, de Legrand, respiram "jazz" e "chanson", em doses generosas.
 
Se a Paris, de Legrand, é moderna e cosmopolita, a Paris, de Dimitri from Paris, é pós-moderna. Não rejeita um só cliché. Pelo contrário, assume-os todos: absorve-os, acentua-os e devolve-nos os clichés, de forma diletante e divertida. Inventa um personagem: o sargento Bill T. Hawthorne que terá desembarcado na Normandia, para libertar Paris, onde uma tal Monique lhe prendeu o coração, em Montmartre. Mostra o "Monsieur Dimitri", na sua "pied à terre", na Riviera francesa. A música, entrecortada por vários interlúdios, mistura rimos latinos, "house" e "funk", com música de bar de hotel e filmes de espiões. Uma delícia. No final, ouve-se alguém a dizer: "Ah, Paris sera toujours Paris". Será. Paris será o que cada criador quiser. Será o que cada um de nós quiser.

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À boleia

por Miguel Bastos, em 27.12.22

bruce.jpg 

- Vais trabalhar?
- Vou.
- Dou-te boleia?
- Não vale a pena.
- Deixa-te de coisas. Cantamos pelo caminho.
- Obrigado, boss.

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Mais ou menos

por Miguel Bastos, em 25.11.22

Gosto mais ou menos de Bruce Springsteen. Peço desculpa, mas é mesmo isso. Gosto (só!) mais ou menos, e sempre foi assim. Foi assim, quando o conheci, em 1984, a fazer concorrência no top de preferências adolescentes aos Bon Jovi, à Madonna e ao Bryan Adams. Gostava mais dele do que dos outros, mas, gostava (só!) mais ou menos. "Tens de ouvir para trás", diziam-me. Ouvi: "The River" (lindo!), "Born to Run" (Que explosão de energia!). Mais ou menos, mesmo assim. À medida que as canções iam correndo nos discos, eu ia perdendo o interesse. "Tens de ouvir o lado mais intimista". Ouvi "Nebraska" (boas letras, boas canções, boa voz). Mas, faltavam-me sempre coisas. Faltava-me um baixo pulsante e uma percussão inventiva. Faltava-me um naipe de metais, um coro de vozes negras, uma secção de cordas, uma guitarra funk. Faltava-me aquilo que Bruce Springsteen me dá no novo disco, tudo de uma só vez - que o homem tem fama de ser generoso. Gosto da versão de "Nightshift", a primeira canção que os Commodores editaram, depois da saída de Lionel Richie. É da altura de "Born in the USA" e é uma homenagem a dois mestres da soul: Jackie Wilson e Marvin Gaye. Representa bem o novo disco de Bruce Springsteen, que é (todo ele) uma homenagem aos grandes nomes da música negra. Pode não ser uma obra-prima, pode irritar alguns fãs, pode não ficar na galeria dos discos fundamentais. Mas, a mim, fez-me sorrir. E é melhor (muito melhor) que o Lionel Richie. Continuo a sorrir. Obrigado, patrão!

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Anitta de blue jeans

por Miguel Bastos, em 28.06.22

anitta.jpg

Só conheço a Anitta dos discos do Marco Paulo. Foi aí que aprendi que a Anitta "é linda de blue jeans" e pouco mais. Mas a Anitta foi tema de conversa ("viste?" - "não, não vi"), e comentários ("que espetáculo!" - "a sério?"; "que horror!" - "não posso!"). E, até, de ensaios elaborados (análises feministas sobre emancipação e empoderamento; análises marxistas sobre luta de classe e a afirmação dos mais pobres). Li algumas coisas com curiosidade, interesse e até divertimento. Só que os divertimentos vinham, sobretudo, de Mozart - que teimou em não sair dos meus auscultadores (tenho um fraquinho pelo 136).
De modo que, se hoje quiserem tecer comentários (mais epidérmicos) ou elaborarensaios (mais aprofundados) sobre a obra de Mozart, terei todo o prazer em lê-los atentamente. E, até, de os acompanhar com uma escuta, atenta, da música de Anitta. Assim, fazia o pleno. [Fotografia: Miguel A. Lopes/EPA/EFE]

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Tanga fascista

por Miguel Bastos, em 04.02.22

Em 1981, os Heaven 17 lançaram "(We Don't Need This) Fascist Groove Thang". A canção fazia alusões a Margaret Thatcher e referências diretas a Ronald Reagen, e alertava para os perigos do racismo e do fascismo. A banda vinha da eletrónica de laboratório, mas adorava "soul" e "funk" e, na melhor tradição da cultura negra norte-americana, fez uma música que apelava à dança, com uma letra que recorria ao calão da rua. "Thang" é "thing", mas eu sempre gostei de pensar que era "tanga". Traduzindo: "Nós não precisamos desta tanga fascista". A difusão da canção esteve proibida pela BBC. A mesma BBC que, 30 anos depois, os convidou para esta interpretação enérgica de "Fascist Groove Thang". Entretanto, passaram 10 anos. A música continua irresistível. A letra continua atual. Demasiado, até. Dancemos, então.

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Marvin Gaye

por Miguel Bastos, em 01.04.21

Marvin Gaye morreu, faz hoje 38 anos. Em 2021, há quem insista que Marvin não morreu. Como os malucos que acham que o Elvis continua vivo. Mas, neste caso, os malucos fazem bem. Estes malucos fazem mesmo bem.

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Princesa

por Miguel Bastos, em 26.03.21

diana.png

Sou um republicano, com um fraquinho por princesas. E, hoje, a Princesa Diana faz anos.

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Fase negra

por Miguel Bastos, em 23.10.20

fase negra.jpg

Acho que estou, novamente, numa fase negra. Mas, não se preocupem: estou a adorar.

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