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Fotógrafas amadoras

por Miguel Bastos, em 03.06.25

 

FOTÓGRAFAS AMADORAS.jpg 

Margarida e Mariana tinham quase a mesma idade e partilhavam o mesmo sobrenome: Relvas. A primeira era filha; a segunda foi a segunda mulher de Carlos Relvas - um pioneiro da fotografia em Portugal, na transição do século XIX para o século XX. Ambas aprenderam e fotografaram com Relvas. Mas foi por pouco tempo. Não puderam experimentar os avanços técnicos e estéticos da fotografia que, em poucos anos, deu passos de gigante. Maria da Conceição de Lemos Magalhães, sim, aproveitou: saltou para dentro de um barco, e fotografou as mulheres a lavar o peixe; correu para o comboio para fotografar as paisagens em movimento.
 
Em movimento anda, também, Susana Lourenço Marques: atrás das fotógrafas e das suas histórias, ainda por revelar.
 
Para ouvir, aqui:
 

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/mulheres-pioneiras-da-fotografia-em-exposicao-no-porto_a1659603

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Nha terra, meu country

por Miguel Bastos, em 21.06.24

aveiro.jpg

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À espera

por Miguel Bastos, em 16.05.24

marvao.jpg 

"Como à espera do comboio
na paragem do autocarro"

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Estendal

por Miguel Bastos, em 22.03.24

estendal.jpg

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Ser alemão

por Miguel Bastos, em 06.11.23

kraftwerk.jpg 

A questão é identitária: como ser alemão, depois do nazismo e da destruição da Alemanha, no final da Segunda Guerra Mundial? Qualquer afirmação identitária, no final dos anos 60, fazia soar o alarme e ressuscitar fantasmas. De resto, ainda faz. O livro de Uwe Schütte sobre os Kraftwerk fala, abundantemente, sobre o assunto. Nascidos na Alemanha Ocidental, na cidade Düsseldorf, em plena região industrial do Reno-Ruhr, os Kraftwerk queriam fazer um tipo de música que se inspirasse e refletisse a cultura alemã. Começaram por negar todos os clichês da música pop-rock anglo-americana: os cabelos compridos, as calças de ganga, os casacos de cabedal, as poses "sexy", as guitarras. De seguida, assumiram a ideia estereotipada dos alemães: frios, disciplinados, eficientes, burocráticos. Visualmente, pareciam cientistas ou engenheiros ou académicos ou gestores. Definiram-se - não como artistas ou músicos - mas, como "trabalhadores". Era tudo tão exagerado, que alguns perceberam logo que havia um lado profundamente irónico e subversivo. Outros não perceberam, ou demoraram mais tempo a perceber. Exploraram temas relacionados com a ciência e a tecnologia, desenvolvendo (e personificando) a relação homem/máquina. E fizeram-no, buscando inspiração em várias referências artísticas alemãs, da República de Weimar: do cinema, da fotografia, do design ou da arquitetura. No fundo, defende Uwe Schütte, os Kraftwerk foram buscar muitas das ideias de futuro, nesse passado: fosse no cinema de Fritz Lang, ou no design da Bauhaus. Essa opção artística ajuda-nos a perceber porque é que, ao fim de mais de 50 anos, ainda faz sentido um livro com este título "Kraftwerk: Future Music from Germany". Porque é que os Kratfwerk ainda são futuro.

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Paisagem do dia

por Miguel Bastos, em 20.02.23

cabeceira.jpg 

Cabeceira de Bastos

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Espelho

por Miguel Bastos, em 20.04.22

beijo.jpg

"Porque é que a minha mulher, feia e sem graça, parecia tão bela no seu reflexo? Porquê? Muito simplesmente porque o espelho deformante lhe torcia o rosto desgracioso em todos os sentidos. (...) Os seus defeitos tornavam-se vantagens. E agora, a minha mulher e eu ficamos sentados em frente do espelho e olhamo-lo sem desviar a vista um só momento."
Sim, no século XIX, Tchékhov já escrevia sobre o Instagram.
[Fotografia: 'CALIFORNIA' (KISS), Elliott Erwitt]

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Uma vida do caraças

por Miguel Bastos, em 25.01.22

incendios.jpg

O jornalista Adriano Miranda alertou, hoje, no Facebook: "Morreu o Sr. Francisco". O sr. Francisco é maior do que ele próprio. Primeiro, o seu retrato (uma obra de arte, do Adriano) correu o país. Depois, correu o mundo. O sr. Francisco tornou-se o símbolo dos incêndios de 2017: da tragédia, do sofrimento, do desespero; mas também da luta, da esperança, da vida. A jornalista Patrícia Carvalho detetou-lhe a "réstia de um sorriso" e contou a sua história no livro "Ainda aqui estou". O sr. Francisco não esteve sempre ali: na aldeia de Covelo, freguesia de Ventosa, concelho de Vouzela, distrito de Viseu. (As terras mais pequenas - penso agora - ocupam tão pouco espaço no mapa, que, para serem vistas, precisam de nomes mais extensos do que a aristocracia europeia). O sr. Francisco tentou ganhar vida e mundo, mas, infelizmente, não foi correspondido. Voltou para a terra; construiu uma casa, onde viveu com a mulher, uma tia e uma ausência de filhos; semeou "umas batatas" e plantou "umas cebolas". Em 2017, quando as chamas lhe arrancaram do seu sono de viúvo, nessa noite quente de outubro, percebeu que nada havia a fazer. Fechou-se em casa, bebeu aguardente "para andar assim meio atordoado", temeu o pior, esperou pelo menos mau. Sobreviveu, para contar.

A maioria dos jornalistas vive rodeada de "cenários" e "teatros de operações". Alguns, porém, conseguem "mergulhar" nos cenários, habitados de personagens e figurantes, e resgatar gente. O sr. Francisco era um símbolo, sim, mas também era gente. Aliás, era, sobretudo, gente. Gente com vida própria: "uma vida do caraças", disse ele, "uma vida do caraças".

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Retratos da pandemia

por Miguel Bastos, em 16.04.21

emergencia.jpg

Ontem, o Adriano Miranda passou cá em casa. Trouxe dois exemplares de "Emergência 366" - o novo livro, que fez emergir com o Paulo Pimenta. Um excelente documento do ano mais estranho de que temos memória. Trocámos palavras breves. Eu estava entre dois noticiários; ele estava numa maratona de entregas. Devia-lhe ter pedido para tirar uma foto. O Adriano fica sempre bem na fotografia.

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O melhor pai

por Miguel Bastos, em 19.03.21
Algumas considerações sobre as fotografias dos vossos pais na internet:

1 - O amor é lindo. Muito lindo, mesmo.

2 - Os vossos pais são lindos, mesmo que sejam um bocadinho menos do que vocês pensam.

3 - A moda é tramada e não poupa ninguém. Nem mesmo o melhor pai do mundo.

4 - Já agora, peço desculpa, mas o melhor pai é o meu. Pensei que sabiam isso.

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