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Munique

por Miguel Bastos, em 09.06.25

munique.jpg 

Já fui muito feliz, em Munique. E mais do que uma vez. Mas nunca vezes demais.

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PPD! PPD! PPD!

por Miguel Bastos, em 06.06.25

sá carneiro.jpg 

"Miguel, como é que é?", perguntava a amiga da minha mãe. E eu saía para a rua, braços do ar, dedos em "V", de vitória: "PPD! PPD! PPD!". Toda a gente sorria. Naquele tempo, o PPD era muito popular na mercearia da minha mãe. As senhoras elogiavam o Sá Carneiro e comparavam com outros políticos. Era muito melhor que o "bochechas" e infinitamente melhor do que o "cavalo branco". Uns "estes" e uns "aqueles". "Não viu n' O Diabo o que eles fizeram, desta vez?" "A Vera Lagoa é que os topa a todos." "Miguel, como é que é?" Na minha cabeça, o "bochechas" e o "cavalo branco" misturavam-se com o Major Alvega, o Zé Gato, a Gabriela ou a Lina. A Lina era filha da dona Alzira. Mas, apesar de morar lá na rua, parecia saída de um filme americano. Era alta, de sapatos altos, "como os do Sá Carneiro". "Não me diga que nunca reparou nos tacões?!" E era loira. "A do Sá Carneiro, também". E tinha o cabelo escorrido, a cair pelas costas abaixo. A Lina. Usava cigarro, na mão direita, e namorado, no braço esquerdo: o Zé Nando. O Zé Nando tinha um ar amalucado e mais cabelo do que ela: na cabeça, sim, mas, também, na cara e no peito. Casaram-se, no civil: os dois, de ganga e cigarro na mão. Nunca tal se tinha visto. Foi tema de falatório. A Gabriela, também era: meia despida e completamente descalça. A Lina, ao menos, usa sapatos. A Gabriela, não. Sempre a recusar os sapatos do Seu Nacib. Mas, aí, é a fingir, é na televisão, é no Brasil. "Aqui é diferente". A Lina, nem um vestido, como deve ser. Nem um véu, nem uma grinalda. Nem um homem, como deve ser. O pai morreu, "ui, há muitos anos!". O Zé Nando é um rapazolas, de jardineiras. Só ganga, para ele e para ela. Credo, valha-nos o Sá Carneiro. "PPD! PPD! PPD!" O Sá Carneiro, que nem precisa de escrever os discursos. Diz tudo de cor. Diz tudo o que tem que ser dito. Sem papas na língua. O Sá Carneiro.

Antes de conhecer a social-democracia. Antes, muito antes, eu conheci a social-mercearia.

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O forno

por Miguel Bastos, em 02.06.25

pano.jpg 

O nosso forno pifou. Por acaso, ninguém tem um que nos possa emprestar? Se não funcionar, não faz mal. É só para termos um sítio para pendurar o pano da cozinha.

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Num minuto

por Miguel Bastos, em 22.04.25

papa_francisco.jpg

Esta Páscoa, pouco depois de vermos o filme "Conclave" (oh, ironia!), falava de rádio com uma pessoa da família.
 
- Mas, quando é que escolhes os temas da Antena Aberta? - , perguntava-me ela.
- No próprio dia - , respondi-lhe.
- Mas não consegues preparar nada, no dia anterior?
- Às vezes, sim. Mas tenho, sempre, de estar preparado para deixar cair o que tinha pensado.
- Como assim?
- Eu posso ter uma ideia e, de repente, acontece uma coisa que me obriga a mudar o tema.
- De um dia para o outro?
- De um minuto para o outro.
 
Como ontem, infelizmente.

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A Bíblia

por Miguel Bastos, em 09.04.25

biblia.jpg 

- O que é que estás a fazer, filho?
- Estou, aqui, a ler este dicionário.
- Isso é a Bíblia, totó!
- Ou isso.
- "Ou isso?!" Não é bem a mesma coisa.
- Eu não sei ler, pai. Para mim, é tudo a mesma coisa.

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Dia do Pai

por Miguel Bastos, em 20.03.25

- Eu acho que o pai do Tiago é bué da rico.

- Porquê?

- Tem um carro desportivo. Daqueles baixinhos, tás a ver?

- Ya. Mas o pai do Afonso, ainda deve ser mais.

- A sério?!

- Tem um jipe enorme, todo pipi: vidros escuros, estofos aquecidos.... cheio de sensores e cenas automáticas....

- O pai do Tiago também tem um jipe. Só que às vezes traz o desportivo.

- Hi, ganda style!

- Só o nosso pai é que…

- Ya. O pessoal pensa “ai, é jornalista, deve ganhar bué e tal”…

- ... mas afinal é pobrezinho!

- Pois é. Coitadinho do paizinho!

 



E o vosso Dia do Pai? Correu bem?

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Dia especial

por Miguel Bastos, em 18.03.25

Queridos amigos. Não se esqueçam que amanhã é um dia especial. Pronto, já avisei. Não precisam de agradecer. Enfim, sou mais que vosso pai.

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Viagem ao Peru

por Miguel Bastos, em 10.02.25

machu picchu.jpg 

Vou dizer uma banalidade (é uma das minhas especialidades): gosto muito de viajar. Quando eu era mais novo, tinha muitos amigos que trocavam as férias por trabalhos que lhes permitiam pagar as roupas da moda, ou, mais tarde, a entrada para um carro em segunda mão. Eu fiz o contrário: troquei as roupas e o carro, pelas férias e pelas viagens. O dinheiro, curto, dava sempre para qualquer coisa excitante.
 
A Ana Jordão e a Joana Ferraz têm um programa sobre viagens, na RDP Internacional, e convidaram-me para falar sobre uma viagem que me tivesse marcado. Escolhi o Peru. Uma viajem que se previa gloriosa, até ao Machu Picchu. Onde, em vez de chegar como um conquistador, cheguei como um moribundo.
 
A conversa, animada, (obrigado Ana e Joana!) pode ser ouvida aqui:

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José Malhoa

por Miguel Bastos, em 29.01.25

jose malhoa.jpg 

- José Malhoa?! Há um museu José Malhoa, em Portugal?
- Há. E é muito interessante.
- Deve ser, deve.
- Um dia destes, vamos lá.
- Credo! Mais depressa ia ao Museu do Toy!

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Centro Pompidou

por Miguel Bastos, em 22.01.25

pompidou.jpg 

Paris. Lembro-me que chegámos, excitadíssimos, ao Centro George Pompidou. As 10 horas ainda não tinham chegado e a manhã já era quente, luminosa e barulhenta. O edifício revelava-se a escultura pós-modernista das fotografias: vidro, metal, túneis de teletransporte, tubos de todas as cores. E o melhor estava para vir: Kandinsky (eia!), Matisse (hum!), Picasso (uau!), Miró (fuuu!). Depois de uma sanduíche leve, e breve, mais telas, mais esculturas e instalações, e mais "uaus!" de alegria e espanto. As horas foram passando, as pernas começaram a pesar, a barriga a reclamar que a arte não puxa carroça. Já não respondemos, com excitação, às instalações de Yoko Ono e bordejámos, exaustos, o urinol de Duchamp. Saímos, cilindrados, da nave espacial - a sentir os efeitos do "jet leg" no corpo. Eram, novamente, 10 horas. Só não eram da noite, como nesta fotografia, porque estávamos no verão. O Pompidou foi uma experiência do outro mundo. Creio que ainda é.

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