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Um país chamado Europa

por Miguel Bastos, em 19.02.25

europa.jpg "Gostava muito de ir a África. Deve ser um país muito interessante". A afirmação foi atribuída a uma "starlet" americana: jovem, rica e loira. Não façam pouco. Há muito europeus a pensar a Europa, de forma semelhante. Alguns são políticos, académicos, comentadores, jornalistas. Queixam-se que "a Europa não decide"; "a Europa não domina"; "a Europa não manda". Esquecem-se que a Europa não é um país: são 27 países da União Europeia e os outros todos. E há uns que, estando dentro, gostariam de estar fora. Comparam a Europa com a América ou com a China e adivinhem quem ganha? Ponham 27 Trumps a falar entre si, em não-sei-quantas-línguas diferentes, e registem o tempo de decisão. Sabe sempre bem, dar uns tiros na União Europeia. Há sempre gente, à volta do gatilho. Uma estranha união dos que estão fora e dos que estão dentro. E entre os que estão dentro: uns são a favor do projeto europeu; outros são críticos do projeto europeu e outros, ainda, contra o projeto europeu. A União Europeia pode e deve ter sentido crítico, autocrítico. Mas, fazer "Tiro ao Álvaro" não é só um "tiro no pé". É correr o risco de "perder a mão".

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Elon Musk

por Miguel Bastos, em 06.01.25

musk2.jpg

Depois de influenciar a política norte-americana, Elon Musk entra na política europeia. Quer afastar (!) Nigel Farage da liderança da extrema-direita britânica (Reform UK) e tece elogios à extrema-direita alemã (AfD).
O que vale é que a Europa é forte e vai reagir com firmeza. No X.

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Quem se lixa...

por Miguel Bastos, em 13.11.23

cameron.JPG 

É sempre assim. Quem se lixa é o Mexilhon. Nunca é o Cameron.

Felizmente, é no Reino Unido. Por cá, está tudo calmo.

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Dia de Reis

por Miguel Bastos, em 05.05.23

carlos e  camila.jpg 

Ai, o tempo passa a correr! Parece que ainda ontem era Natal e amanhã já é Dia de Reis.

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25 de Abril, é só nosso?

por Miguel Bastos, em 27.04.23

maxwell.jpg

O 25 de Abril é "nosso", foi um dos argumentos utilizados para questionar ou, mesmo, repudiar a presença do presidente do Brasil, em Portugal. É "nosso", sim. Mas, será só nosso? Dei por mim a reler partes deste livro do historiador britânico Kenneth Maxwell (especialista em Portugal, Espanha e Brasil). O livro aborda "A construção da democracia em Portugal", centrando a sua análise no período entre 1974 e meados da década de 1980 - com a entrada na CEE, a eleição presidencial de Mário Soares e as maiorias absolutas de Cavaco Silva. Mas contextualiza este período, de pouco mais de 20 anos, com a história de Portugal: desde a sua fundação, até ao período do Estado Novo. O livro do historiador termina com Ciência Política, evocando a "terceira vaga de democratização", de Samuel Huntington. De acordo com esta teoria, o 25 de Abril foi o precursor da transição democrática nos países da América Latina e da Europa de Leste, na transição dos anos 80 para os anos 90. Fomos, portanto, uma inspiração para o mundo. Mas, pelos vistos, há quem prefira que sejamos os maiores da nossa aldeia.

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Patrícia de bronze

por Miguel Bastos, em 04.03.23

Sem título.jpg

Saltou, mas não voou.
Patrícia Mamona não conseguiu o ouro, mas chegou ao bronze.
Não é a mesma coisa, claro.
Mas, a ela, qualquer medalhinha lhe fica bem.

https://www.rtp.pt/noticias/atletismo/patricia-mamona-conquista-medalha-de-bronze-do-triplo-salto_d1471077

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Quase um ano de guerra

por Miguel Bastos, em 22.02.23

"O significa ser pró-russo?", quis saber o repórter Luís Peixoto, na região separatista do Donbass. E sintetizou: "Há os que nasceram na Rússia. Há os que sempre viveram na cultura russa. E os que, sentindo-se ucranianos, guardam mágoa ao país por bombardear o Donbass, há quase 9 anos".

Em Kiev e em Kharkiv, o repórter Nuno Amaral "pintou" a reportagem, com a melodia de uma canção que o ocidente conhece como "Hey, Hey, Rise Up!". A canção dos Pink Floyd (David Gilmour e Nick Mason), com o cantor ucraniano Andriy Khlyvnyuk. Quando saiu, a imprensa ocidental destacou que a canção "fez juntar os Pink Floyd em estúdio, pela primeira vez, em 28 anos". Mas, entretanto, Roger Waters (que foi o principal autor dos Pink Floyd) fez uma série de declarações que foram interpretadas como pró-russas. Depois, David Gilmour e Roger Waters trocaram palavras azedas, em público. Para todos os efeitos, a ideia que ficou foi que a guerra na Ucrânia dividiu os Pink Floyd.

A guerra divide sempre. Quando se fala em união, é, apenas, a união de uns contra os outros. A guerra na Ucrânia começou, há quase um ano. E nem na data, as pessoas conseguem estar de acordo.

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Chuva de mísseis

por Miguel Bastos, em 10.02.23

zelensky macron scholz.jfif

Olho para a televisão. Zelensky acabava de chegar a Paris.
- Dava jeito ter um correspondente em Paris, não dava?
- O que é que lhe aconteceu?
- O José Manuel Rosendo está a caminho da Turquia.
- Achas que a Ucrânia está a perder peso nos noticiários?
- Não. Também estamos lá.
Esta manhã, o repórter Nuno Amaral chegou a Kiev, sob uma chuva de mísseis.  
Outro enviado especial, Luís Peixoto está em Donestsk, onde chove ao contrário. 

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Na cabeça de Putin

por Miguel Bastos, em 22.09.22

cabeça putin.jpg 

O que é que se passa, afinal, "Na cabeça de Putin"? Muitas coisas, contraditórias entre si. Neste ensaio, Michel Eltchaninoff aborda a filosofia, a história e a literatura, que estão na base do pensamento e da ação política de Putin. Recorda a chegada do antigo agente do KGB à presidência, com a aura de um reformista, que iria transformar a velha Rússia, numa democracia moderna, plural, liberal. Mas, com o tempo, Putin foi-se revelando um conservador, quando não um reacionário. Terá mudado? Não sabemos. Como entender que um agente soviético, leal e cumpridor, se tenha tornado um antissoviético feroz? Como entender que promova o regresso dos exilados da União Soviética (aristocratas, intelectuais, artistas), ao mesmo tempo que lamenta a queda da União Soviética?
O que une, afinal, tantas contradições "Na cabeça de Putin"? O poder: Putin quer-se manter no poder, para "devolver" o poder à Rússia. Um poder dominante sobre o mundo, que é, no seu entender, um direito histórico e natural. O ressentimento contra o chamado ocidente, a defesa da religião, da família, dos valores tradicionais, o discurso contra os direitos dos homossexuais ou as críticas à falta de patriotismo dos países europeus (com exceção da Ucrânia), fazem parte de uma narrativa, que é instrumental. Escreve Eltchaninoff: "Para arrastar consigo os seus compatriotas, colocou uma tampa na história, tanto na russa como na soviética, no czarismo como no comunismo, na Rússia pós-soviética, na Ucrânia, na Europa, no Ocidente. Substituiu a sua análise lúcida por uma mitologia fundada no poderio russo frustrado".
Para onde vai, afinal, a "cabeça de Putin"? Não sabemos. Será, sempre, para onde ele quiser. O que a torna muito imprevisível. E perigosa.

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