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Máscara e óculos. Vejo tudo enevoado. Às vezes, fico muito irritado. Outras vezes, até gosto. Parece que estou em Londres. Em tempo de pandemia, usar óculos e máscara é o cosmopolitismo possível.
Parece que, para muita gente, discutir a ameaça do populismo e do nacionalismo é uma coisa muito esotérica: "ah, os valores e tal"; "pois, os princípios e coiso"; "sim, os pobres e as minorias". Vamos a coisas concretas: esta semana, os governos da Polónia e da Hungria (e, agora, da Eslovénia) decidiram vetar 750 mil milhões de euros, para a Europa fazer frente ao impacto económico da Covid-19. Uma retaliação pelo facto da Europa sublinhar valores como a democracia e a liberdade. Mais concreto, ainda: com isso, os governos da Polónia e da Hungria bloquearam 15,3 mil milhões de euros a Portugal. A mim, parece-me que é muito dinheiro. Talvez, por ser um idealista. Seguramente, por ser um teso.
A terra tremeu, ao início da tarde, entre a Grécia e a Turquia. Já há notícias de mortos, dezenas de feridos, e muita gente soterrada. Vários edifícios, públicos e privados, caíram. Uma nuvem de pó une os dois países, que há décadas vivem de costas voltadas. De resto, este desastre natural acontece numa altura em que há uma nova escalada na tensão, entre os dois países. Mas, a natureza não quer saber das divisões entre os homens. Trata tudo e todos por igual.
Portugal acaba de ultrapassar a barreira dos três mil casos diários de COVID-19 (3270). Isto, no mesmo dia em que a Comissão Europeia anuncia que vai enviar ventiladores para a República Checa - país que, até há pouco tempo, nos era "vendido" como um exemplo a seguir. O que é que podemos extrair destes dois factos? Que sabemos muito pouco sobre este vírus e a doença. E que devemos estar disponíveis para ouvir e aprender, o que é muito diferente (talvez o oposto) de achar que já sabemos tudo.
Depois do Ronaldo das finanças, o Mourinho das finanças. Não se sabe se Jorge Mendes esteve envolvido na transferência. Mourinho vai orientar o treino de hoje. Mourinho Félix, assume a vice-presidência do BEI - o Banco Europeu de Investimento.
[Foto: Tiago Miranda/Expresso]
Chamava-se "Lar do pescador", mas para nós era a "D. Alice". Ficava junto à antiga lota, inaugurada pelo Almirante Américo Thomaz, nos anos 50, e abandonada na euforia do Portugal na CEE, em favor de um local mais perto do mar. Mas, apesar da lota ter partido aos poucos (e já a cair aos poucos) o "Lar do pescador" foi ficando e resistindo. Muitos pescadores, de partida ou a chegar, continuavam a passar na D. Alice: para uma sopa, para um copo de vinho, para uma sandes, para um café. Para dois dedos de conversa, anedotas e disparates. Para abraços e rodadas. Para forrar o estômago e afastar o sono. A D. Alice e os pescadores viram a fauna a crescer e a diversificar-se: homens da construção, operários, guardas noturnos, prostitutas, notívagos, estudantes universitários. Já não sei quando fechou. Mas, antes de fechar, o "Lar do pescador" foi uma casa aberta.
Procurei a definição de "fazer figura de urso". A Infopédia explica que é "comportar-se de forma ridícula, ser alvo de troça". Procurei, também, "fazer figura de Ursula", mas não encontrei definição. Acho que é o contrário da primeira. Não sei se vai chegar aos dicionários, mas, depois do discurso de hoje, espero que chegue aos livros de história.
[Foto: Reuters/Y. Herman]
Decisões difíceis: o que comer com este calor? Uma sopa fria? Salada? Peixe grelhado? Fruta? Com temperaturas acima dos 30 graus, apetece algo frugal. Mas, até nisso devo ser comedido. Em dia de Conselho Europeu, é de evitar qualquer conotação com países como a Áustria, a Suécia, a Dinamarca ou mesmo a Holanda - que mudou de nome, mas não mudou de opinião.[Foto: Reuters]
Hoje é o último dia de Mário Centeno, à frente do Eurogrupo. Ainda não se sabe qual vai ser o seu futuro político. Se eu fosse Centeno (e parece que todos já foram Centeno, menos eu) acho que me candidatava a ministro das finanças, ou assim. Mas ele é que sabe. Aliás, cada um sabe de si...