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O 25 de Abril é "nosso", foi um dos argumentos utilizados para questionar ou, mesmo, repudiar a presença do presidente do Brasil, em Portugal. É "nosso", sim. Mas, será só nosso? Dei por mim a reler partes deste livro do historiador britânico Kenneth Maxwell (especialista em Portugal, Espanha e Brasil). O livro aborda "A construção da democracia em Portugal", centrando a sua análise no período entre 1974 e meados da década de 1980 - com a entrada na CEE, a eleição presidencial de Mário Soares e as maiorias absolutas de Cavaco Silva. Mas contextualiza este período, de pouco mais de 20 anos, com a história de Portugal: desde a sua fundação, até ao período do Estado Novo. O livro do historiador termina com Ciência Política, evocando a "terceira vaga de democratização", de Samuel Huntington. De acordo com esta teoria, o 25 de Abril foi o precursor da transição democrática nos países da América Latina e da Europa de Leste, na transição dos anos 80 para os anos 90. Fomos, portanto, uma inspiração para o mundo. Mas, pelos vistos, há quem prefira que sejamos os maiores da nossa aldeia.
"Shakira, Shakira!", dizia o rapper de gosto questionável, num tema de gosto questionável. "Devem ser duas", pensei. São duas. A primeira, conhecia-a algures nos anos 90 e achei-lhe graça. A segunda, não gostei nem um bocadinho. Era a cantora de "Whenever, Wherever". A canção pingava, várias vezes por dia, numa rádio inundada de azeite - que eu era obrigado a ouvir, por motivos profissionais. Uma dessas Shakira entrou, depois, na banda sonora do filme "O Amor nos Tempos de Cólera". Terá sido uma proposta do próprio Gabriel García Márquez. Na altura, o escritor afirmou que Shakira era uma das grandes cantoras da atualidade e um símbolo da nova sensualidade colombiana. "Coitado", pensei, "está velhinho"! Fui ouvir a banda sonora e... o velhinho tinha razão. Esta Shakira, é maravilhosa. A outra, não me interessa. Terá sido essa, que se separou do jogador de futebol e fez uma música sobre isso ("Fraquinha, fraquinha!"). Não gosto dessa, gosto desta. Ele há gostos... e Hay amores.
Morreu Pau Donés, cantor dos Jarabe de Palo. A banda espanhola/catalã (pouco conhecida em Portugal) dedicou-se a misturar pop, rock e blues, com música latina e rumba catalã. Por estes dias, em que o racismo voltou a ser falado pelas piores razões (e é sempre pelas piores razões) lembrei-me muitas vezes deste tema: "En el puro no hay futuro" mistura vários estilos musicais, numa canção que enaltece a mistura racial. Diz o refrão :
Casado perdeu, Sánchez procura união de facto.
(Foto Reuters)
E eis que a lei Bosman chega à política. Manuel Valls - antigo primeiro-ministro francês - é candidato à Câmara de Barcelona. A lei Bosman, recorde-se, reconheceu que os futebolistas são trabalhadores comunitários E, assim sendo, tinham liberdade de circulação dentro do espaço europeu. Valls, que é também um trabalhador europeu, é contra a independência da Catalunha: um europeu, contra o nacionalismo. Se circula bem a bola, não sei. Mas aconselhava-lhe um bom empresário.
Parece que, em Espanha, há políticos que estão a ter problemas com as suas habilitações literárias. Algo que, dificilmente, poderia ter acontecido em Portugal. Somos um país de gente pobre, mas honrada. E de Espanha nem bom vento... nem bom doutoramento.
Quim Torra é a nova aquisição do Puigdemont FC. Esta tarde, vão dar uma conferência de imprensa conjunta, em Berlim. Não sei porquê, mas Quim Torra parece mais nome de reforço do Salgueiros ou do Amora.